terça-feira, 14 de junho de 2011

Sylvia Plath, em ARIEL.

The Night Dances

A smile fell in the grass.
Irretrievable!

And how will your night dances
Lose themselves. In mathematics?

Such pure leaps and spirals -
Surely they travel

The world forever, I shall not entirely
Sit emptied of beauties, the gift

Of your small breath, the drenched grass
Smell of your sleeps, lillies, lillies.

Their flesh bears no relation.
Cold folds of ego, the calla,

And the tiger, embellishing itself -
Spots, and a spread of hot petals.

The comets
Have such a space to cross,

Such coldness, forgetfulness.
So your gestures flake off -

Warm and human, then their pink light
Bleeding and peeling

Through the black amnesias of heaven.
Why am I given

These lamps, these planets
Falling like blessings, like flakes
                                 
Six-sided, white
On my eyes, my lips, my hair

Touching and melting.
Nowhere.



Danças noturnas

Um sorriso caiu na relva.
Irrecuperável!

E como vão se perder
Suas danças noturnas? Na matemática?

Estas espirais e saltos puros -
Viajam pelo mundo

Para sempre, e não me sentarei
De todo esvaziada de belezas, o presente

De sua suave respiração, a grama úmida,
O aroma de seus sonhos, lírios, lírios.

Sem relação com sua carne.
Dobras frias do ego, o copo-de-leite,
E o tigre, se enfeitando todo -
Pintas, e um espalhar de pétalas quentes.

Os cometas
Têm tanto espaço para percorrer,

Tanta frieza, esquecimento.
Teus gestos se lascam -

Mornos e humanos, sua luz rósea
Sangrando e descascando

Pelas negras amnésias do céu.
Por que me dão

Estas lâmpadas, estes planetas
Caindo como bênçãos, como flocos

Com seis lados, brancos
Sobre meus olhos, meus lábios, meus cabelos

Tocando e derretendo.
Lugar nenhum.



          Tradução minha e de Rodrigo Garcia Lopes
                             Verus Editora, 2007.

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