sábado, 25 de fevereiro de 2012

Mais Poesia!


Encontrei, dia desses, na praia de Atlântida, o poeta Luiz Coronel, que me presenteou com seu mais recente livro, "O Mar". Poemas e fotos de Coronel, projeto gráfico de Plinio Monte da Rocha, Editora Mecenas, 2011.

Do livro, o poema

Marina

Duas gotas de sangue nas dunas,
duas rosas rubras na areia.
Se foi prazer ou suplício,
sabe o mar e a lua cheia.

Foi do mar esse gemido?
Ou foi de gozo esse grito?
Sabem tudo e nada dizem
as estrelas do infinito.

Lutam os corpos e as ondas.
A maré alta os alcança.
No rosto gosto de sal;
no corpo sôfrega dança.

Mergulham no vão das ondas
as gaivotas noturnas.
E as espumas vão buscar
rosas de sangue nas dunas. 




 

sábado, 18 de fevereiro de 2012

CARNAVAL!

Este, criei no Carnaval de 2011:

Máscara nacarada
na cara da noite
cravada
insana mente
ser Colombina
de mil Pierrôs
e mil Arlequins
Colombina plena de purpurina!

 Eis meu eu fora de mim. (Cristina Macedo)

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

REVÉS

Este poema é de minha autoria:


Meus carmins
e afins
desafinam
de teus púrpuras

Minha liturgia
algaravia
se debate
em tua melancolia

Meus ritos
benditos
se entorpecem
em teus ais

Minhas palavras
fatais
ecoam
teus silêncios abissais!

                                                      Cristina Macedo

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Fala Brasil!


E a edição de nº 147, jan/fev 2012, da revista Fala Brasil! já está disponível em diversos pontos culturais de Porto Alegre. Apanhe seu exemplar gratuitamente e boa leitura!

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Revista Coyote nº 23.






Mais uma bela edição da revista londrinense, onde tenho muito orgulho de estar, através de minha tradução, juntamente com Rodrigo Garcia Lopes, do conto "Slippered Feet", ("De Chinelos"), do escritor e ilustrador americano Daniel Wallace. Ele é autor, entre outros livros, de "Big Fish - A Novel of Mythic Proportions", ("Peixe Grande - Um Romance de Proporções Míticas"), levado ao cinema por Tim Burton, em 2003. Muitos outros escritores, poetas e artistas estão nessa edição, como Roland Barthes, Gregory Corso, Marcia Tiburi, Ricardo Sternberg e, imperdível, lá está uma entrevista com Moacyr Scliar, feita em 2008, por Ademir Assunção. Vale a pena! Editores da Coyote: Ademir Assunção, Marcos Losnak e Rodrigo Garcia Lopes.

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Mauro Ulrich.


Mauro e seu filho Luan



Mauro Ulrich, gaúcho de São Leopoldo (hoje vive em Santa Cruz do Sul), estreou em poesia com o livro "Cellophane Flowers", Editora Gazeta Santa Cruz, 2011, título tomado emprestado de versos da canção "Lucy in the Sky with Diamonds", dos Beatles.


Belo livro de poemas do Mauro, sobre quem Moacyr Scliar diz, na orelha da primeira capa: "(...) Ora, direis, pessoas que fazem poesia de maneira discreta, oculta mesmo, não são raras. Verdade. Mas pessoas que fazem, de maneira discreta, excelente poesia, estas são excepcionais. E este é exatamente o caso de Mauro Ulrich. Cada um de seus poemas surpreende; e surpreende pelo excepcional domínio da forma poética, pela sensibilidade, pela imaginação, pelo fino e sofisticado humor. (...)".


Confesso que tive muita dificuldade em selecionar dois poemas do Mauro, porque deu vontade de transcrever quase todo o livro aqui. Mas, aí vai:



Feira

A capa do livro
Esmorece a oferta
por um gordo poema.

O poeta vai à feira.

Um chapeu pardo,
sacola vazia,
um sorriso pardo.

O dia bafeja,
desmaia bocejos,
e ele desce a rua amparado
por algum esquecimento.

Mas não regateia:
versos cui-da-do-sa-men-te metrificados
e quase nenhum rabanete.

Moscas
passeiam
preguiça
na tenda
vazia.




Acerto

Acorda, amor!
O dia anda às tantas,
eu ando às tontas
e há muito, ainda,
a ser feito,
para o nosso acerto
de contas.