terça-feira, 30 de novembro de 2010

PAULO SEBEN, em "Poemas Podres".

NECROFILIA


Nem morta.
Tu disse que nem morta eu te comia.
Tu tinha nojo.
Tinha nojo de mim porque eu sou coxo.
Eu sou leproso,
eu sou corcunda,
enquanto tua bunda era perfeita.


Tu disse que nem morta eu te comia?
Necrofilia! Necrofilia!


Aqui no cemitério não tem mistério.
Enquanto a tua carne vai ficando podre,
a minha carne podre fica amando a tua.

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

De DILAN CAMARGO, no livro "A fala de Adão".



ME PEDES

Me pedes, me pedes, que te deite
te enroscas, te esfregas, rente
me pedes, me pedes, indecente
que te crave os dentes
atrás, na frente.
Me medes, me medes, impudente
meu falo na tua mão quente
conduzes ao teu centro
com todos os cuidados
de quem guarda um presente
e quanto mais adentro
mais te encontro, te reinvento
num fluxo bem-querente.

Aniversário Bamboletras e Autógrafos

A Livraria Bamboletras estará comemorando seus 15 anos,  juntamente com a Território das Artes Editora. Vou estar lá, com um grupo de autores, autografando "Arca de Impurezas" e "Arca Profana". Convite abaixo, com todas as atrações da noite.



quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Ana Mariano, em "Olhos de Cadela"

Amor-sinfonia

De que serve um amor só de palavras,
de bonito efeito enquanto é feito
nas trevas, escondido.

Quero amor em sol maior,
sinfonia inteira

e o silêncio que se faz depois,
antes do aplauso.

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Fabrício Carpinejar

A crônica do escritor e poeta Carpinejar, hoje, na Zero Hora, "Vai se depilar hoje?" é de uma extrema sensibilidade. Seria maravilhoso se todos os homens e mulheres pensassem assim...

domingo, 21 de novembro de 2010

PAULO LEMINSKI




 o amor, esse sufoco,
agora há pouco era muito,
agora, apenas um sopro

ah, troço de louco,
corações trocando rosas,
e socos

sábado, 20 de novembro de 2010

Café do Bertoldo

O Fernando Ramos, editor do jornal Vaia, e criador do FestiPoa Literária, me convidou para participar de um sarau hoje, no Café do  Bertoldo, na Casa de Teatro, fundada pelos atores Zé Adão Barbosa e Jeffie Lopes.

Vai haver uma comemoração pelo prêmio Projeto Literário que o Fernando recebeu, pelo voto popular, para o FestiPoa, durante a 56ª Feira do Livro de Porto Alegre.

Parabéns, Fernando!

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Coyote

O nº 21 da revista de arte e literatura, Coyote, está sendo lançado. Ela é editada por Marcos Losnak, Ademir Assunção e Rodrigo Garcia Lopes, em Londrina.

Confiram os autores que participam desta edição:

"Poemas no Ônibus e no Trem"

Participei, recentemente, da escolha dos poemas que estarão nos ônibus e trens de Porto Alegre, em 2011. Os outros componentes do júri foram os poetas Andréia Laimer, Guto Leite, Lorenzo Ribas e Sidnei Schneider. A experiência pela qual passamos, de selecionar 48 poemas de um total de mais de 700, está muito bem contada no blog do Guto: www.gutoleite.blogspot.com

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Centro de Estudos de Literatura e Psicanálise Cyro Martins

AGENDA CELPCYRO
  • 17 de novembro - quarta-feira - 19h às 21h
Palavraria - Rua Vasco da Gama, 165 - Porto Alegre
Tema: CINEMA, LITERATURA E CONDIÇÃO HUMANA
Convidados de Maria Helena Martins:
GUILHERME CASTRO - diretor de cinema, apresentando seu premiado curta-metragem Terra Prometida
CRISTINA MACEDO - escritora e tradutora, lendo seus contos 
Mote: a arte imita a vida ou a vida inspira a arte, por mais absurda e irreal que esta possa parecer?
Entrada franca

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

SARAU LITERÁRIO ZONA SUL NA FEIRA DO LIVRO

Espero lá meus amigos, os amigos de meus amigos, os amigos dos amigos de meus amigos, e assim por diante...

O sarau estará supimpa!!!

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

HILDA HILST, novamente.

O POETA INVENTA VIAGEM, RETORNO, E SOFRE
DE SAUDADE

IV

Tenho pedido a Deus, e à lua, ontem
Hoje, a cada noite, PERPETUIDADE
Desde o instante em que me soube tua.
E que o luar e o divino perdoassem
O meu rosto anterior, rosto-menino
Travestido de aroma, despudor contente
De sua brevidade em tudo, nos afetos
No fingido amor
Porque fui tudo isso, bruxa, duende
Desengano e desgosto quase sempre.

Mais nada pedi a Deus. Mas pedi mais
À lua: que tu sofresses tanto quanto eu.

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Mais fotos

Mais amigas na Feira do Livro, na sessão de autógrafos do "Arca Profana".

Minha recente e querida amiga Carmen Macedo, que acabou de lançar, juntamente com um grupo de autores, o livro de crônicas "Santa Sede".







E Themis Groisman Lopes, também escritora e poeta, outra das autoras do "Santa Sede".

Aliás, o grupo autografa hoje, dia 08, na Feira do Livro de Porto Alegre, no Memorial do RS, às 18:30hs. Boa sorte!

sábado, 6 de novembro de 2010

MÃOS FRIAS, de Paulo Hecker Filho

Estranhas
que meus olhos te indaguem
e eu não te diga nada.
Afastas minhas mãos
não raro frias.
Eu não sei, meu amor,
eu não sei, se não sabes.
Dar-te mais,
dar tanto que te desses
e eu pudesse te amar!

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

MATILHA DE RANCORES, de LUIZ CORONEL








Eu te amo, tu me amas
qual dos dois se odeia mais?
Quando se plantam rancores
em vez de lírios, punhais.

Teu coração é um paiol
de lembranças explosivas,
maré de ressentimentos
carregada de águas-vivas.

Amanheces redimida,
abres o riso e a janela.
De tarde, subitamente,
um recital de mazelas.

Eu te amo, tu me amas
qual dos dois se odeia mais?
Mesmo as mágoas mais antigas
são sempre vivas e atuais.

Exorciza teus demômios.
Aos teus fantasmas despeja.
Lava a alma e os cabelos.
Apaga a luz. E me beija.

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Minha amiga Bel, que foi ontem à Feira do Livro para buscar meu autógrafo, e eu.

E HOJE TEM SARAU SOBRE O LIVRO!

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

MARIA REZENDE, no livro BENDITA PALAVRA

Tudo em mim que é fêmea procura o seu beijo
o que em mim é sonho cabe no seu jeito
tudo em mim que é fresta quer o seu dedo fundo
e a carne da sua língua

Já estive à míngua e hoje sou deriva
tudo em mim que é terra em você é lampejo
o que agora é seco pode ser desejo e muito mais
o barco que eu navego só aporta no seu cais

Tudo em mim que treme tem seu nome dentro
o furacão que eu sou começa com seu vento
o que me faz bela é o mesmo desalento
que me põe de cama com o menor silêncio

Tudo em mim que arde incendeia a ausência
e vira em cinza esse pressentimento

O que em mim é seu é maior que o tempo

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