quinta-feira, 9 de junho de 2011

HILDA HILST, em "Júbilo, Memória, Noviciado da Paixão".

Último poema da série MODERATO CANTABILE às vésperas do DIA DOS NAMORADOS.
Hilda Hilst fala de amor, fala de uma amante-poeta arrebatada, lamentando a ausência do amado que se esquiva.


VI


Soergo meu passado e meu futuro
E digo à boca do Tempo que os devore.
E degustando o êxito do Agora
A cada instante me vejo renascendo

E no teu rosto, Túlio, faz-se um Tempo

Imperecível, justo
Igual à hora primeira, nova, hora-menina
Quando se morde o fruto. Faz-se o Presente.
Translúcida me vejo na tua vida
Sem olhar para trás nem para frente:
Indescritível, recortada, fixa.



Nenhum comentário:

Postar um comentário

Arquivo do blog