quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

CECÍLIA MEIRELES, em "Retrato Natural" (1949)

APRESENTAÇÃO

Aqui está minha vida - esta areia tão clara
com desenhos de andar dedicados ao vento.

Aqui está minha voz - esta concha vazia,
sombra de som curtindo o seu próprio lamento.

Aqui está minha dor - este coral quebrado,
sobrevivendo ao seu patético momento.

Aqui está minha herança - este mar solitário,
que de um lado era o amor e, do outro, esquecimento.





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