quarta-feira, 17 de abril de 2013

José Eduardo Degrazia!


O vinho à lareira

Crepita na lareira um velho tronco,
e entre fagulhas queima lentamente,
a madeira assovia em verde ronco
enquanto avivo a brasa comburente.

Por trás das portas o Minuano canta
uma canção de inverno e de estribilho,
a neve no caminho bem que espanta
o leve passo do último andarilho.

Estrela brilha nesse firmamento
sobre a alta ponta do velho pinheiro,
e a coruja pia em chamamento.

Eu vou abrindo um vinho companheiro,
enquanto ela se despe em movimento
aquecendo suas mãos frias no braseiro. 

                                                                     ( A FLOR FUGAZ, WS Editor, 2011).

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