quinta-feira, 23 de agosto de 2012

"Do Desejo", de Hilda Hilst.


IX

E por que haverias de querer minha alma
Na tua cama?
Disse palavras líquidas, deleitosas, ásperas
Obscenas, porque era assim que gostávamos.
Mas não menti gozo prazer lascívia
Nem omiti que a alma está além, buscando
Aquele Outro. E te repito: por que haverias
De querer minha alma na tua cama?                         
Jubila-te da memória de coitos e de acertos.              
Ou tenta-me de novo. Obriga-me.

Poeta Hilda Hilst


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