terça-feira, 8 de junho de 2010

PLENA PAUSA, de Paulo Leminski

     Lugar onde se faz
o que já foi feito,
     branco da página,
 soma de todos os textos,
     foi-se o tempo
quando, escrevendo,
     era preciso
uma folha isenta.

     Nenhuma página
jamais foi limpa.
     Mesmo a mais Saara,
ártica, significa.
     Nunca houve isso,
uma página em branco.
     No fundo, todas gritam,
pálidas de tanto.

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