quinta-feira, 25 de novembro de 2010
De DILAN CAMARGO, no livro "A fala de Adão".
ME PEDES
Me pedes, me pedes, que te deite
te enroscas, te esfregas, rente
me pedes, me pedes, indecente
que te crave os dentes
atrás, na frente.
Me medes, me medes, impudente
meu falo na tua mão quente
conduzes ao teu centro
com todos os cuidados
de quem guarda um presente
e quanto mais adentro
mais te encontro, te reinvento
num fluxo bem-querente.
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