Do livro Mademoiselle Furta-Cor
Eu avanço, te abocanho,
a cama range, o corpo ruge
vermelho!
vivo num relance as nuances
de um arco-íris de tafetá
ferido no espaço do instante
de seu veloz delírio:
e caço o seu rosto em cada cor
em cada gama
a cada gomo que esmago e engulo
eu te provo, e bebo
as gotas do seu gosto
e mastigo o teu sabor
calcando sob mim
o gesto escancarado
do seu sangue sem som,
mas que, entretanto, em entretons
grita.
domingo, 10 de outubro de 2010
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