sábado, 9 de outubro de 2010

ARMANDO FREITAS FILHO

Do livro  Mademoiselle Furta-Cor

No seu corpo, amor, vestido de cetim,
tão sentido como este desejo,
segunda pele que desliza sobre sua nudez,
assim, em carne viva,
à beira do sangue e do colapso
eu me debruço,
álacre, mas minha fome
nem sequer alcança ou arranha
o escudo de esmalte
da sua beleza, não atravessa
seu corpo de cromo
o lacre
escarlate do sexo, o nicho
de verniz e veludo roxo
onde o beijo
da minha boca sonha aninhar-se.

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