sábado, 30 de outubro de 2010
SARAU LITERÁRIO ZONA SUL NO YOUTUBE
A artista plástica e poeta Sandra Santos fez um vídeo com alguns momentos do sarau no Porto Poesia, quando recebi Luiz Coronel. Nele, Coronel conta seus famosos "causos", e lemos alguns poemas. Obrigada, Sandra.
quarta-feira, 27 de outubro de 2010
JÚBILO, MEMÓRIA, NOVICIADO DA PAIXÃO, de Hilda Hilst
O POETA INVENTA VIAGEM, RETORNO,
E SOFRE DE SAUDADE
I
Se for possível, manda-me dizer:
- É lua cheia. A casa está vazia -
Manda-me dizer, e o paraíso
Há de ficar mais perto, e mais recente
Me há de parecer teu rosto incerto.
Manda-me buscar se tens o dia
Tão longo como a noite. Se é verdade
Que sem mim só vês monotonia.
E se te lembras do brilho das marés
De alguns peixes rosados
Numas águas
E dos meus pés molhados, manda-me dizer:
- É lua nova -
E revestida de luz te volto a ver.
E SOFRE DE SAUDADE
I
Se for possível, manda-me dizer:
- É lua cheia. A casa está vazia -
Manda-me dizer, e o paraíso
Há de ficar mais perto, e mais recente
Me há de parecer teu rosto incerto.
Manda-me buscar se tens o dia
Tão longo como a noite. Se é verdade
Que sem mim só vês monotonia.
E se te lembras do brilho das marés
De alguns peixes rosados
Numas águas
E dos meus pés molhados, manda-me dizer:
- É lua nova -
E revestida de luz te volto a ver.
segunda-feira, 25 de outubro de 2010
FLERTE
Poema de PAULO SEBEN, no livro "Poemas Podres".
Eu te flagrei me encarando.
Tu tava olhando pra mim.
Não vou sair deste bar.
Eu já tou louco por ti.
Tu não te faz de salame.
Ajoelhou, vai rezar.
Ficar mostrando aliança
não vai me assustar.
Vou dar um pau no teu noivo.
Vou jogar ele na rua.
Vou dar um soco na boca
e dar um beijo na tua.
Eu te flagrei me encarando.
Tu tava olhando pra mim.
Não vou sair deste bar.
Eu já tou louco por ti.
Tu não te faz de salame.
Ajoelhou, vai rezar.
Ficar mostrando aliança
não vai me assustar.
Vou dar um pau no teu noivo.
Vou jogar ele na rua.
Vou dar um soco na boca
e dar um beijo na tua.
sexta-feira, 22 de outubro de 2010
FEIRA DO LIVRO
Lançaremos o livro "ARCA PROFANA", da Território das Artes Editora, no dia 03/11, na 56ª Feira do Livro de Porto Alegre, pavilhão de autógrafos, às 20:30hs.
Estarei na excelente companhia de Liana Timm (org.), Dione Detânico, Élvio Vargas, Jacob Klintowitz, José Eduardo Degrazia, Lenira Fleck, Luiz Arthur Costa e Tania Mara Galli Fonseca.
Espero todos os meus amigos lá, brindando à literatura.
Estarei na excelente companhia de Liana Timm (org.), Dione Detânico, Élvio Vargas, Jacob Klintowitz, José Eduardo Degrazia, Lenira Fleck, Luiz Arthur Costa e Tania Mara Galli Fonseca.
Espero todos os meus amigos lá, brindando à literatura.
segunda-feira, 18 de outubro de 2010
LUIZ CORONEL
O poeta foi meu convidado no dia 16/10, para a 24ª edição do SARAU LITERÁRIO ZONA SUL, no PORTO POESIA.
Dele,
Em tua boca obscenamente linda
Em tua boca obscenamente linda
a língua é serpente, sob as pedras.
Teus lábios beijam as palavras
e quando amas teus dentes mordem como as feras.
Tua boca obscenamente linda
esvai Maria, alucina João.
Tua boca engole espadas, devora tâmaras,
sopra velas, no mar das camas,
delírio que se fez martírio
quando entreabertos lábios disseram: não.
domingo, 17 de outubro de 2010
Último dia do PORTO POESIA 4.
Atividades das 16 às 22h, no Centro Cultural Erico Verissimo.
Estarei lá, com a 25ª edição do SARAU LITERÁRIO ZONA SUL, no bar Monjolo, das 20 às 21hs.
Gilberto Wallace, Mario Pirata, Renato de Mattos Motta e eu estaremos mostrando um pouco de nossa produção poética.
Até lá!
Estarei lá, com a 25ª edição do SARAU LITERÁRIO ZONA SUL, no bar Monjolo, das 20 às 21hs.
Gilberto Wallace, Mario Pirata, Renato de Mattos Motta e eu estaremos mostrando um pouco de nossa produção poética.
Até lá!
sábado, 16 de outubro de 2010
SARAU LITERÁRIO ZONA SUL, no PORTO POESIA
Ontem, dia 15, aconteceu a 23ª edição do sarau, com os poetas Alcy Cheuiche e Élvio Vargas, e o músico Celso Campos, do grupo "Os Posteiros".
Um poema de Cheuiche:
O ANGICO
Recorrendo uma picada grande,
No tranquito bueno do tordilho,
Notei, atravessando o velho trilho,
O vulto dum angico secular
Com respeito olhei-o, sobranceiro,
Ultrapassar em porte o mato inteiro
Como num constante vigiar.
Na força da árvore frondosa
Enxerguei seus traços com clareza.
Igual altivez, igual firmeza,
A mesma impressão de segurança
Que desde os tempos de criança
Aprendi, dia a dia, a respeitar.
Meu peito vibrou ao contemplá-lo
E meus lábios pediram um sorriso,
Pois ali, nítido e preciso,
Estava o retrato do meu pai.
De Élvio Vargas:
SEM REPRISE
Quando eu me convoco
alista-se em mim este tempo trêmulo de noites
repassadas
eu não me repriso
sou sempre assim
este elevador sem sobrenome instalado nos prédios de
tua intimidade
sonho nu no rodapé da tua notícia
eu não me repriso
sou sempre assim
este desejo classificado no anúncio dos ventos
o tombadilho de teu último navio ancorado na maresia
do meu olhar
hoje
sou estas pegadas de louça na cristaleira frágil da tua
memória
pandorga cega debruçada nos esconderijos da lua
sou assim
viu!!!
Um poema de Cheuiche:
O ANGICO
Recorrendo uma picada grande,
No tranquito bueno do tordilho,
Notei, atravessando o velho trilho,
O vulto dum angico secular
Com respeito olhei-o, sobranceiro,
Ultrapassar em porte o mato inteiro
Como num constante vigiar.
Na força da árvore frondosa
Enxerguei seus traços com clareza.
Igual altivez, igual firmeza,
A mesma impressão de segurança
Que desde os tempos de criança
Aprendi, dia a dia, a respeitar.
Meu peito vibrou ao contemplá-lo
E meus lábios pediram um sorriso,
Pois ali, nítido e preciso,
Estava o retrato do meu pai.
De Élvio Vargas:
SEM REPRISE
Quando eu me convoco
alista-se em mim este tempo trêmulo de noites
repassadas
eu não me repriso
sou sempre assim
este elevador sem sobrenome instalado nos prédios de
tua intimidade
sonho nu no rodapé da tua notícia
eu não me repriso
sou sempre assim
este desejo classificado no anúncio dos ventos
o tombadilho de teu último navio ancorado na maresia
do meu olhar
hoje
sou estas pegadas de louça na cristaleira frágil da tua
memória
pandorga cega debruçada nos esconderijos da lua
sou assim
viu!!!
quinta-feira, 14 de outubro de 2010
PAULO ROBERTO DO CARMO
O poeta é meu convidado de hoje no PORTO POESIA, no CEEE, às 19hs.
Um poema inédito de sua autoria:
CALAR
Uma vida que cala
outra que fala,
uma por recompensa
outra por punição.
E este espinho mais fundo
fincado no coração
quando respiro.
Um poema inédito de sua autoria:
CALAR
Uma vida que cala
outra que fala,
uma por recompensa
outra por punição.
E este espinho mais fundo
fincado no coração
quando respiro.
quarta-feira, 13 de outubro de 2010
Hoje, o poeta será DILAN CAMARGO.
Vou recebê-lo às 19hs, no CEEE, para a 21ª edição do SARAU LITERÁRIO ZONA SUL, dentro do festival PORTO POESIA.
De Dilan, no livro Sopro nos Poros
Os olhos
Os olhos não tocam
provocam.
Os olhos nunca desbotam
teem a cor de cada olhar.
Quando
as águas do amor
em pororoca
no estuário das coxas
se chocam
os olhos
desembocam.
Enquanto
os corpos
se dão botes
os olhos
são holofotes.
Os olhos não tocam
apenas provocam.
De Dilan, no livro Sopro nos Poros
Os olhos
Os olhos não tocam
provocam.
Os olhos nunca desbotam
teem a cor de cada olhar.
Quando
as águas do amor
em pororoca
no estuário das coxas
se chocam
os olhos
desembocam.
Enquanto
os corpos
se dão botes
os olhos
são holofotes.
Os olhos não tocam
apenas provocam.
terça-feira, 12 de outubro de 2010
PORTO POESIA IV!!!
Será hoje, às 19hs, no Centro Cultural Erico Verissimo, Andradas 1223, meu sarau com SERGIO NAPP, e participação do músico Claudio Vera Cruz.
Autoria de Napp, este poema, que está no livro Das Travessias.
quando saíres de mim
leva os teus castelos
quando saíres de mim
deixa as tuas sombras
quando saíres de mim
leva tuas sedas
os santos barrocos
tuas redes
os emaranhados azuis
teus carretéis
quando saíres de mim
deixa-me
Autoria de Napp, este poema, que está no livro Das Travessias.
quando saíres de mim
leva os teus castelos
quando saíres de mim
deixa as tuas sombras
quando saíres de mim
leva tuas sedas
os santos barrocos
tuas redes
os emaranhados azuis
teus carretéis
quando saíres de mim
deixa-me
domingo, 10 de outubro de 2010
Outro poema de ARMANDO FREITAS FILHO
Do livro Mademoiselle Furta-Cor
Eu avanço, te abocanho,
a cama range, o corpo ruge
vermelho!
vivo num relance as nuances
de um arco-íris de tafetá
ferido no espaço do instante
de seu veloz delírio:
e caço o seu rosto em cada cor
em cada gama
a cada gomo que esmago e engulo
eu te provo, e bebo
as gotas do seu gosto
e mastigo o teu sabor
calcando sob mim
o gesto escancarado
do seu sangue sem som,
mas que, entretanto, em entretons
grita.
Eu avanço, te abocanho,
a cama range, o corpo ruge
vermelho!
vivo num relance as nuances
de um arco-íris de tafetá
ferido no espaço do instante
de seu veloz delírio:
e caço o seu rosto em cada cor
em cada gama
a cada gomo que esmago e engulo
eu te provo, e bebo
as gotas do seu gosto
e mastigo o teu sabor
calcando sob mim
o gesto escancarado
do seu sangue sem som,
mas que, entretanto, em entretons
grita.
sábado, 9 de outubro de 2010
ARMANDO FREITAS FILHO
Do livro Mademoiselle Furta-Cor
No seu corpo, amor, vestido de cetim,
tão sentido como este desejo,
segunda pele que desliza sobre sua nudez,
assim, em carne viva,
à beira do sangue e do colapso
eu me debruço,
álacre, mas minha fome
nem sequer alcança ou arranha
o escudo de esmalte
da sua beleza, não atravessa
seu corpo de cromo
o lacre
escarlate do sexo, o nicho
de verniz e veludo roxo
onde o beijo
da minha boca sonha aninhar-se.
No seu corpo, amor, vestido de cetim,
tão sentido como este desejo,
segunda pele que desliza sobre sua nudez,
assim, em carne viva,
à beira do sangue e do colapso
eu me debruço,
álacre, mas minha fome
nem sequer alcança ou arranha
o escudo de esmalte
da sua beleza, não atravessa
seu corpo de cromo
o lacre
escarlate do sexo, o nicho
de verniz e veludo roxo
onde o beijo
da minha boca sonha aninhar-se.
sexta-feira, 8 de outubro de 2010
quinta-feira, 7 de outubro de 2010
www.celpcyro.org.br
Este é o site do Centro de Estudos de Literatura e Psicanálise Cyro Martins, dirigido por Maria Helena Martins. O Celpcyro está cheio de atrações para o mês de outubro. Não deixem de conferir!
quarta-feira, 6 de outubro de 2010
De DILAN CAMARGO, no livro "A fala de Adão".
Meu convidado para o dia 13/10, no Porto Poesia 4, o poeta Dilan Camargo escreveu:
Mas Me Ame
Sugue meu sangue
deixe que se derrame
mas me ame.
Largue seus marimbondos
mande o enxame
mas me ame.
Peça qualque prova
caminho no arame
mas me ame.
Me aplique golpes marciais
me derrube no tatame
mas me ame.
Exija mais desempenho
teu corpo no meu, reclame
mas me ame.
Desarrume os livros na estante
os meus discos esparrame
mas me ame.
Leia poesia ruim
recite, declame
mas me ame.
Beba meu vinho
esvazie o vasilhame
mas me ame.
Atice os seus cachorros
faça eu passar vexame
mas me ame.
Mas Me Ame
Sugue meu sangue
deixe que se derrame
mas me ame.
Largue seus marimbondos
mande o enxame
mas me ame.
Peça qualque prova
caminho no arame
mas me ame.
Me aplique golpes marciais
me derrube no tatame
mas me ame.
Exija mais desempenho
teu corpo no meu, reclame
mas me ame.
Desarrume os livros na estante
os meus discos esparrame
mas me ame.
Leia poesia ruim
recite, declame
mas me ame.
Beba meu vinho
esvazie o vasilhame
mas me ame.
Atice os seus cachorros
faça eu passar vexame
mas me ame.
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