NÃO SEI
"não sei como dizer-te que minha voz te procura"
Herberto Helder
Não sei como dizer-te
que minha vida te procura.
Não mais a minha voz
ela chamou teu nome no abismo
é minha vida que vai ficando madura
e não sei como dizer-te
que ela te procura.
Não sei como dizer-te
que minha vida te procura.
Que ela se anima nos respiros dos teus olhos
e isso te atormenta
minha vida te procura e te amedronta
e maiores serão os teus receios
que mil vidas em mim te procuram.
Não sei como dizer-te
que minha vida te procura.
E o que será de ti na minha vida
dos teus medos na minha ternura
se cabem ainda mais vidas na minha
da primeira à última das vidas
e se ela te procura...
O poeta Dilan Camargo apresenta "Autores e Livros", na TV Assembléia,
Canal 16 da NET, aos domingos, às 21:30hs.
Excelente programa, por onde passam escritores e poetas, num bate-papo guiado pela inteligência e sensibilidade de Dilan.
terça-feira, 29 de junho de 2010
domingo, 27 de junho de 2010
TUA BOCA, de Maria Braga Horta
Tua boca é para mim carmínea taça
em cujas bordas sorvo, trago a trago,
o divino hidromel com que embriago
o meu sonho de amor feito em fumaça!
Tua boca é um rubro cálice sem jaça
em que meus lábios, trêmulos, afago
na incontida volúpia em que divago:
- Vivamos nosso amor...que a vida passa!
Tua boca é a minha síntese vital,
em que fica suspenso o meu ideal,
em que eu prendo minha alma semilouca!
Tua boca é um sol ardente, em chama e em brasas:
sol do equador, que queima minhas asas,
as asas de rubis da minha boca!
em cujas bordas sorvo, trago a trago,
o divino hidromel com que embriago
o meu sonho de amor feito em fumaça!
Tua boca é um rubro cálice sem jaça
em que meus lábios, trêmulos, afago
na incontida volúpia em que divago:
- Vivamos nosso amor...que a vida passa!
Tua boca é a minha síntese vital,
em que fica suspenso o meu ideal,
em que eu prendo minha alma semilouca!
Tua boca é um sol ardente, em chama e em brasas:
sol do equador, que queima minhas asas,
as asas de rubis da minha boca!
sábado, 26 de junho de 2010
ADÉLIA PRADO
CASAMENTO
Há mulheres que dizem:
Meu marido, se quiser pescar, pesque,
mas que limpe os peixes.
Eu não. A qualquer hora da noite me levanto,
ajudo a escamar, abrir, retalhar e salgar.
É tão bom, só a gente sozinhos na cozinha,
de vez em quando os cotovelos se esbarram,
ele fala coisas como 'este foi difícil'
'prateou no ar dando rabanadas'
e faz o gesto com a mão.
O silêncio de quando nos vimos a primeira vez
atravessa a cozinha como um rio profundo.
Por fim, os peixes na travessa,
vamos dormir.
Coisas prateadas espocam:
somos noivo e noiva.
Há mulheres que dizem:
Meu marido, se quiser pescar, pesque,
mas que limpe os peixes.
Eu não. A qualquer hora da noite me levanto,
ajudo a escamar, abrir, retalhar e salgar.
É tão bom, só a gente sozinhos na cozinha,
de vez em quando os cotovelos se esbarram,
ele fala coisas como 'este foi difícil'
'prateou no ar dando rabanadas'
e faz o gesto com a mão.
O silêncio de quando nos vimos a primeira vez
atravessa a cozinha como um rio profundo.
Por fim, os peixes na travessa,
vamos dormir.
Coisas prateadas espocam:
somos noivo e noiva.
quinta-feira, 24 de junho de 2010
PORNOPOPPOCKET, de Paula Taitelbaum
Meu lugar preferido
é perto do seu ouvido
nas dobras da sua orelha
onde minha língua passeia
sem sair do lugar
é lá que enfio bem fundo
o verbo mais imundo
que consigo encontrar.
Você esticado na cama
feito uma carreira de pó
tenho gana de lhe cheirar inteiro
feito louca, de uma vez só.
é perto do seu ouvido
nas dobras da sua orelha
onde minha língua passeia
sem sair do lugar
é lá que enfio bem fundo
o verbo mais imundo
que consigo encontrar.
Você esticado na cama
feito uma carreira de pó
tenho gana de lhe cheirar inteiro
feito louca, de uma vez só.
quarta-feira, 23 de junho de 2010
Na PALAVRARIA
O poeta Alexandre Brito, autografando "Metalíngua", dia 18/06, na Palavraria.
Do outro lado da mesa, "No Assoalho Duro", 2ª edição do livro de Ronald Augusto, poeta e músico,
que também autografava seu livro de poemas.
Ronald Augusto e eu, batendo papo na Palavraria.
terça-feira, 22 de junho de 2010
2º motivo da rosa, de Cecília Meireles
A Mario de Andrade
Por mais que te celebre, não me escutas,
embora em forma e nácar te assemelhes
à concha soante, à musical orelha
que grava o mar nas íntimas volutas.
Deponho-te em cristal, defronte a espelhos,
sem eco de cisternas ou de grutas...
Ausências e cegueiras absolutas
ofereces às vespas e às abelhas.
E a quem te adora, ó surda e silenciosa,
e cega e bela e interminável rosa,
que em tempo e aroma e verso te transmutas!
Sem terra nem estrelas brilhas, presa
a meu sonho, insensível à beleza
que és e não sabes, porque não me escutas...
segunda-feira, 21 de junho de 2010
JOSÉ SARAMAGO (1922-2010)
Em "Cadernos de Lanzarote", no Diário ll, 1994, Saramago diz o seguinte, sobre a publicação dos "Cadernos...":
9 de Janeiro
Assim são as coisas. Gabei-me aqui de não ter gasto muito tempo a dissuadir o Zeferino Coelho da sua vontade de levar os Cadernos para os publicar já, e afinal o José Manuel Mendes levou ainda menos a convencer-me do contrário. Usou de um argumento para o qual não encontrei resposta: que as minhas dúvidas e hesitações quanto à oportunidade da publicação não seriam aclaradas nem resolvidas pelo tempo, uma vez que o livro continuaria a ser, nesse e em todos os futuros, aquilo que é hoje: um comentário sem preconceitos sobre casos e gente, o discorrer de alguém que quer deitar a mão ao tempo que passa, como se dissesse: "Não vás tão depressa, deixa um sinal de ti." Compreendi que a relutância provinha só de um temor não confessado a enfrentar-me com reacções suscitadas por referências feitas nestas páginas a pessoas e procedimentos. Na verdade, ainda tenho muito que aprender com os escritores de barba dura, a quem nada faz recuar, como Vergílio Ferreira...
9 de Janeiro
Assim são as coisas. Gabei-me aqui de não ter gasto muito tempo a dissuadir o Zeferino Coelho da sua vontade de levar os Cadernos para os publicar já, e afinal o José Manuel Mendes levou ainda menos a convencer-me do contrário. Usou de um argumento para o qual não encontrei resposta: que as minhas dúvidas e hesitações quanto à oportunidade da publicação não seriam aclaradas nem resolvidas pelo tempo, uma vez que o livro continuaria a ser, nesse e em todos os futuros, aquilo que é hoje: um comentário sem preconceitos sobre casos e gente, o discorrer de alguém que quer deitar a mão ao tempo que passa, como se dissesse: "Não vás tão depressa, deixa um sinal de ti." Compreendi que a relutância provinha só de um temor não confessado a enfrentar-me com reacções suscitadas por referências feitas nestas páginas a pessoas e procedimentos. Na verdade, ainda tenho muito que aprender com os escritores de barba dura, a quem nada faz recuar, como Vergílio Ferreira...
sábado, 19 de junho de 2010
Exposição no Hospital Psiquiátrico São Pedro e Seminário.
Vai ser inaugurada, no dia 21, segunda-feira, a mostra Eu sou Você,
na Oficina de Criatividade do Hospital Psiquiátrico São Pedro. Haverá a exposição de documentos históricos do hospital, e obras de quatro pacientes psiquiátricos, com desenhos, pinturas, escritos e bordados.
Curadoria de Tania Mara Galli Fonseca e Blanca Brites.
Visitação de terça a sábado, das 10 às 17hs, até 20 de agosto, com entrada franca.
E entre os dias 22 e 24 de junho, ocorrerá o seminário Vidas do Fora: Os Habitantes do Silêncio, na sala 2 do Salão de Atos da UFRGS: vidasdofora@gmail.com
quinta-feira, 17 de junho de 2010
Poema do METALÍNGUA, de Alexandre Brito
um
dia sólido debruçado sobre outro
dois
pássaros petrificados em pleno vôo
três
navios ancorados na cabeça
quatro
noites sem o visgo de uma estrela
cinco
medos aprisionados em um frasco
seis
dedos de veneno e um esparadrapo
sete
palmos de amarelo no crepúsculo
oito
nesgas de inverno no meu pulso
nove
meses de outono sobre a mesa
dez
centelhas de vidro sobre a seda
onze
zeros à esquerda de uma rima
doze
nexos à direita de uma vírgula
treze
gritos encravados no granito
quatorze
são os velocípedes do sentido
dia sólido debruçado sobre outro
dois
pássaros petrificados em pleno vôo
três
navios ancorados na cabeça
quatro
noites sem o visgo de uma estrela
cinco
medos aprisionados em um frasco
seis
dedos de veneno e um esparadrapo
sete
palmos de amarelo no crepúsculo
oito
nesgas de inverno no meu pulso
nove
meses de outono sobre a mesa
dez
centelhas de vidro sobre a seda
onze
zeros à esquerda de uma rima
doze
nexos à direita de uma vírgula
treze
gritos encravados no granito
quatorze
são os velocípedes do sentido
quarta-feira, 16 de junho de 2010
ALEXANDRE BRITO
Esta é a capa do novo livro do poeta e músico Alexandre Brito. O lançamento será na sexta, dia 18, a partir das 19 hs, na livraria Palavraria.
Palavras do próprio Alexandre:
o metalíngua
reúne um grupo de poemas que se voltam sobre si mesmos.
poemas que pensam para pessoas que não dispensam uma boa sacada
guinada de ideia, filosofábula.
poesia pra quem quer mais poesia. poesia que dialoga com a surpresa e a tradição da poesia de invenção ou não.
poesia para quem adora poesia. poesia que inventa moda e sai da rota.
poesia que lambe a palavra e a desloca. a língua além da margem.
gen da linguagem. sexo do paradoxo.
o metalíngua reúne alguns poemas metalinguarudos do alexandre brito.
Gente, vale a pena!!!
segunda-feira, 14 de junho de 2010
LANÇAMENTO
Amanhã, dia 15, o escritor e poeta Adroaldo Bauer estará lançando "O Império Bandido". Trata-se de um drama policial, em 42 capítulos, sobre o tráfico de drogas entranhado no poder de estado.
Na livraria Palavraria, das 19 às 21 horas.
Vamos lá!
Na livraria Palavraria, das 19 às 21 horas.
Vamos lá!
OU ENTÃO O CONTRÁRIO, de Paulo Hecker Filho
Deve ser uma coisa qualquer.
Ou então o contrário.
Duende mais que mulher,
dás-me a culpa dum falsário.
De perto, ainda mais distante,
você nunca está perante.
Seus olhos singram seus olhos,
soçobro em ânsia de âncoras.
Nasce o amor. É uma criança.
Eu acudo. Nem o viste.
Teu beijo só em mim persiste,
que em ti se dá e desiste.
O amor se cala e se faz.
O amor se fala e desfaz.
Mas pode ser o contrário.
Nunca sei e não avisas.
Vens velejando sem leme,
talvez já fora do barco.
Mas o afogado sou eu,
que, se te vê, precedeu.
Se fosses menos mulher...
Se eu fosse menos precário...
Deve ser uma coisa qualquer.
Ou então o contrário.
Ou então o contrário.
Duende mais que mulher,
dás-me a culpa dum falsário.
De perto, ainda mais distante,
você nunca está perante.
Seus olhos singram seus olhos,
soçobro em ânsia de âncoras.
Nasce o amor. É uma criança.
Eu acudo. Nem o viste.
Teu beijo só em mim persiste,
que em ti se dá e desiste.
O amor se cala e se faz.
O amor se fala e desfaz.
Mas pode ser o contrário.
Nunca sei e não avisas.
Vens velejando sem leme,
talvez já fora do barco.
Mas o afogado sou eu,
que, se te vê, precedeu.
Se fosses menos mulher...
Se eu fosse menos precário...
Deve ser uma coisa qualquer.
Ou então o contrário.
sexta-feira, 11 de junho de 2010
CARLITO AZEVEDO
A uma passante pós-baudelairiana
Sobre esta pele branca
um calígrafo oriental
teria gravado
sua escrita luminosa
- sem esquecer entanto
a boca: um ícone em rubro
tornando mais fogo
o céu de outubro
tornando mais água
a minha sede
sede de dilúvio -
Talvez este poeta afogado
nas ondas de algum danúbio imaginário
dissesse que seus olhos são
duas machadinhas de jade
escavando o constelário noturno
(a partir do que comporia
duzentas odes cromáticas)
mas eu que venero mais que o ouro-verde raríssimo
o marfim em alta-alvura
de teu andar em desmesura sobre
uma passarela de relâmpagos súbitos
sei que tua pele pálida de papel
pede palavras de luz
Algum mozárabe ou andaluz decerto
te dedicaria um concerto
para guitarras mouriscas e
cimitarras suicidas
Mas eu te dedico quando passas
me fazendo fremir
(entre tantos circunstantes, raptores fugidios)
este tiroteio de silêncios
esta salva de arrepios.
Sobre esta pele branca
um calígrafo oriental
teria gravado
sua escrita luminosa
- sem esquecer entanto
a boca: um ícone em rubro
tornando mais fogo
o céu de outubro
tornando mais água
a minha sede
sede de dilúvio -
Talvez este poeta afogado
nas ondas de algum danúbio imaginário
dissesse que seus olhos são
duas machadinhas de jade
escavando o constelário noturno
(a partir do que comporia
duzentas odes cromáticas)
mas eu que venero mais que o ouro-verde raríssimo
o marfim em alta-alvura
de teu andar em desmesura sobre
uma passarela de relâmpagos súbitos
sei que tua pele pálida de papel
pede palavras de luz
Algum mozárabe ou andaluz decerto
te dedicaria um concerto
para guitarras mouriscas e
cimitarras suicidas
Mas eu te dedico quando passas
me fazendo fremir
(entre tantos circunstantes, raptores fugidios)
este tiroteio de silêncios
esta salva de arrepios.
terça-feira, 8 de junho de 2010
PLENA PAUSA, de Paulo Leminski
domingo, 6 de junho de 2010
HUMILDADADE, de Cecília Meireles
Tanto que fazer!
livros que não se leem, cartas que não se escrevem,
línguas que não se aprendem,
amor que não se dá,
tudo quanto se esquece.
Amigos entre adeuses,
crianças chorando na tempestade,
cidadãos assinando papéis, papéis, papéis...
até o fim do mundo assinando papéis.
E os pássaros detrás de grades de chuva.
E os mortos em redoma de cânfora.
(E uma canção tão bela!)
Tanto que fazer!
E fizemos apenas isto.
E nunca soubemos quem éramos,
nem para quê.
livros que não se leem, cartas que não se escrevem,
línguas que não se aprendem,
amor que não se dá,
tudo quanto se esquece.
Amigos entre adeuses,
crianças chorando na tempestade,
cidadãos assinando papéis, papéis, papéis...
até o fim do mundo assinando papéis.
E os pássaros detrás de grades de chuva.
E os mortos em redoma de cânfora.
(E uma canção tão bela!)
Tanto que fazer!
E fizemos apenas isto.
E nunca soubemos quem éramos,
nem para quê.
sexta-feira, 4 de junho de 2010
PABLO NERUDA, em VEINTE POEMAS DE AMOR Y UNA CANCIÓN DESESPERADA
15
Me gustas cuando callas porque estás como ausente,
y me oyes desde lejos, y mi voz no te toca.
Parece que los ojos se te hubieran volado
y parece que un beso te cerrara la boca.
Como todas las cosas están llenas de mi alma
emerges de las cosas, llena del alma mía.
Mariposa de sueño, te pareces a mi alma,
y te pareces a la palabra melancolía.
Me gustas cuando callas y estás como distante.
Y estás como quejándote, mariposa en arrullo.
Y me oyes desde lejos, y mi voz no te alcanza:
déjame que me calle con el silencio tuyo.
Déjame que te hable también con tu silencio
claro como una lámpara, simple como un anillo.
Eres como la noche, callada y constelada.
Tu silencio es de estrella, tan lejano y sencillo.
Me gustas cuando callas porque estás como ausente.
Distante y dolorosa como si hubiera muerto.
Una palabra entonces, una sonrisa bastan.
Y estoy alegre, alegre de que no sea cierto.
Me gustas cuando callas porque estás como ausente,
y me oyes desde lejos, y mi voz no te toca.
Parece que los ojos se te hubieran volado
y parece que un beso te cerrara la boca.
Como todas las cosas están llenas de mi alma
emerges de las cosas, llena del alma mía.
Mariposa de sueño, te pareces a mi alma,
y te pareces a la palabra melancolía.
Me gustas cuando callas y estás como distante.
Y estás como quejándote, mariposa en arrullo.
Y me oyes desde lejos, y mi voz no te alcanza:
déjame que me calle con el silencio tuyo.
Déjame que te hable también con tu silencio
claro como una lámpara, simple como un anillo.
Eres como la noche, callada y constelada.
Tu silencio es de estrella, tan lejano y sencillo.
Me gustas cuando callas porque estás como ausente.
Distante y dolorosa como si hubiera muerto.
Una palabra entonces, una sonrisa bastan.
Y estoy alegre, alegre de que no sea cierto.
quinta-feira, 3 de junho de 2010
JÚBILO, MEMÓRIA, NOVICIADO DA PAIXÃO, de Hilda Hilst
ÁRIAS PEQUENAS. PARA BANDOLIM
Se é morte este amor
Porque se faz sozinho
Este meu canto?
Antes diria sorte
Poder cantar morrendo
A minha morte.
Se te vou esperar
Como é certo que ao fruto
Antecede a árvore?
Certo como a terra
Antecede a árvore
E à árvore antecede
A semente na terra
Me hás de vir buscar.
Se é morte este amor
Porque se faz sozinho
Este meu canto?
Antes diria sorte
Poder cantar morrendo
A minha morte.
Se te vou esperar
Como é certo que ao fruto
Antecede a árvore?
Certo como a terra
Antecede a árvore
E à árvore antecede
A semente na terra
Me hás de vir buscar.
quarta-feira, 2 de junho de 2010
17º SARAU LITERÁRIO ZONA SUL
De Adroaldo Bauer
um beijo, amada!
o beijo consentido, correspondido, querido
é mais que um beijo roubado ou apenas
enviado
é um beijo, acalentado, desejado, muito
amado
é o beijo que te quero dar, longo, molhado
De Mário Pirata
quadrante
não importa a volta do teu saturno
no meu plutão
não importa a sinastria da tua noite
com o meu dia
não importa a quadratura
não importa o quincúncio
Vênus e Marte caminham
de mãos dadas
meu Sol
adora a tua Lua
De Renato de Mattos Motta
petit mort
uma petit-mort não macula
antes acalma o apetite
os ocos de um corpo-lacuna
um beijo, amada!
o beijo consentido, correspondido, querido
é mais que um beijo roubado ou apenas
enviado
é um beijo, acalentado, desejado, muito
amado
é o beijo que te quero dar, longo, molhado
De Mário Pirata
quadrante
não importa a volta do teu saturno
no meu plutão
não importa a sinastria da tua noite
com o meu dia
não importa a quadratura
não importa o quincúncio
Vênus e Marte caminham
de mãos dadas
meu Sol
adora a tua Lua
De Renato de Mattos Motta
petit mort
uma petit-mort não macula
antes acalma o apetite
os ocos de um corpo-lacuna
terça-feira, 1 de junho de 2010
É HOJE!!!!!!
Gente, é hoje o SARAU LITERÁRIO ZONA SUL, 17ª edição. Resposta dos poetas Adroaldo Bauer, Mario Pirata e Renato de Mattos Motta aos poemas erótico/sensuais de Liana Timm, Mara Faturi, Sandra Santos e meus, apresentados no sarau passado. Também vou ler alguns poemas eróticos de outros poetas que já participaram de meu sarau.
Espero que vocês venham, e lotem o Iaiá Bistrô, mais uma vez.
Até lá!
Espero que vocês venham, e lotem o Iaiá Bistrô, mais uma vez.
Até lá!
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