terça-feira, 30 de dezembro de 2014
PauloLeminski (1944/1989)
Do livro polonaises,
nada foi
feito o sonhado
mas foi bem-vindo
feito tudo
fosse lindo
esperas frustras
vésperas frutas
matérias brutas
quantas estrelas
custas?
tanta maravilha
maravilharia durar
aqui neste lugar
onde nada dura
onde nada para
para ser ventura
sexta-feira, 19 de dezembro de 2014
Cecília Meireles!
Em "Viagem", 1939.
CANÇÃO
Nunca eu tivera querido
dizer palavra tão louca:
bateu-me o vento na boca,
e depois no teu ouvido.
Levou somente a palavra,
deixou ficar o sentido.
O sentido está guardado
no rosto com que te miro,
neste perdido suspiro
que te segue alucinado,
no meu sorriso suspenso
como um beijo malogrado.
Nunca ninguém viu ninguém
que o amor pusesse tão triste.
Essa tristeza não viste,
e eu sei que ela se vê bem...
Só se aquele mesmo vento
fechou teus olhos, também...
sexta-feira, 12 de dezembro de 2014
Nei Duclós
Do livro PARTIMOS DE MANHÃ ( IEL, Porto Alegre, 2012)
FICO
Nenhuma palavra brota do silêncio
Voltado para o canto escuto o vento
Nenhuma conversa opera no silêncio
Dobrado no quarto enxergo o tempo
Nada foi escrito na folha do silêncio
No mudo soluço enfim esclareço
Nenhum som interno sugere o silêncio
Grita o corpo branco no bloco fosco
Nenhuma viagem parte o silêncio
Desço do avião e fico para sempre
BERÇO
O mar me ensina a eternidade
O mar me empresta majestade
Sou o rei do mar
e o som da praia é o meu recado
Só aqui encontro espaço
para ser o que sou
Só aqui não sofro
Nasço
quinta-feira, 27 de novembro de 2014
terça-feira, 25 de novembro de 2014
Mais fotos!
sexta-feira, 21 de novembro de 2014
sarau na Feira!
segunda-feira, 17 de novembro de 2014
Dia 16/11.
domingo, 16 de novembro de 2014
Feira do Livro!
E terminou hoje, dia 16/11, a 60ª edição da Feira do Livro de Porto Alegre.
Contente com minha participação:
Dia 09, fiz a 46ª edição do Sarau Literário Zona Sul, tendo o músico Otávio Segala como parceiro. Homenageamos a poeta Hilda Hilst e foi um sarau realmente muito lindo!
No dia 14, participei do evento EU SOU MARIA CARPI, com leitura de seus poemas por Maria do Carmo Campos, Hilda Simões Lopes, Mariana Carpi e eu.
Mariana Carpi, eu, Maria Carpi, Hilda Simões Lopes e Maria do Carmo Campos |
No dia 15, foi a vez do Sarau 60 anos do IEL - Instituto Estadual do Livro, com homenagem aos poetas Henrique do Valle, Oliveira Silveira e Paulo Hecker Fº.
aqui eu lia Paulo Hecker E finalmente, hoje, participei do SARAUS REUNIDOS, coordenado pelo poeta Marlon de Almeida. Temática: o mar e a rua. |
sábado, 15 de novembro de 2014
Manoel de Barros (1916/2014)
Minha homenagem ao poeta Manoel de Barros, morto esta semana, aos 97 anos!
ERAS
Antes a gente falava: faz de conta que este sapo é pedra.
E o sapo eras.
Faz de conta que o menino é um tatu.
A gente agora parou de fazer comunhão de
pessoas com bicho, de entes com coisa.
A gente hoje faz imagens.
Tipo assim:
Encostado na porta da tarde
estava um caramujo.
Estavas um caramujo - disse o menino.
Porque a tarde é oca e não pode ter porta.
A porta eras.
Então é tudo faz de conta como antes?
terça-feira, 4 de novembro de 2014
Emily Dickinson!
A Moth the hue of this
Haunts Candles in Brazil.
Nature's Experience would make
Our Reddest Second pale.
Nature is fond, I sometimes think,
Of Trinkets, as a Girl.
Mariposas desta cor
Obsedam as velas no Brasil.
O labor da Natureza, lá, faz
Com que nossas mais rubras pareçam pálidas.
Penso, às vezes, que a Natureza gosta
De, igual às meninas, usar berloques.
(Tradução de Ivo Bender)
sexta-feira, 31 de outubro de 2014
quinta-feira, 16 de outubro de 2014
Paulo Leminski!
Dois poemas do livro DISTRAÍDOS VENCEREMOS:
Transar bem todas as ondas
a Papai do Céu pertence,
fazer as luas redondas
ou me nascer paranaense
A nós, gente, só foi dada
essa maldita capacidade,
transformar amor em nada.
a lei do quão
Deve ocorrer em breve
uma brisa que leve
um jeito de chuva
à última branca de neve.
Até lá, observe-se
a mais estrita disciplina.
A sombra máxima
pode vir da luz mínima.
quinta-feira, 9 de outubro de 2014
Claudia Schroeder
Poemas do livro LEIA-ME TODA (Dublinense, 2010):
Apenas
Meu amor não é santo
não é pranto
espanto
vazio no prato
dor de parto.
O meu amor
é apenas fato.
Ele
Ele não olha mais nos meus olhos
não lê mais minhas poesias
não se interessa mais pelas fotografias
e nem se sinto frio
nas noites frias.
Não pergunta das surpresas
nem das sedentas fantasias
não percebe o meu perfume
nem a ausência pelos dias.
Não se importa com a razão
da minha árdua alegria.
Ele nem percebeu que virei vadia.
sexta-feira, 26 de setembro de 2014
Adélia Prado!
Do livro A DURAÇÃO DO DIA (Editora Record, 2010),
ANJO MAU
O que desejo é o corpo
e não beijo.
O que desejo é o corpo
e não toco.
Quando vem a dádiva
já tenho o lábio torto de irrisão.
Vai morrer, digo à boca.
Vai secar, digo à mão.
Bela como um arcanjo,
uma força de danação
quer me perder.
sexta-feira, 19 de setembro de 2014
Virgínia do Rosário!
Abaixo, dois dos poemas que li no sarau MOLDURAS DO PAGO, dia 12/09, no Piquete Casa do Alegrete, Acampamento Farroupilha. O sarau foi organizado pelo poeta Élvio Vargas e contou, ainda, com a participação de Alcy Cheuiche e Demétrio Xavier.
Poemas da alegretense Virgínia do Rosário:
despedida
o sol escalda
o meio-dia
gota a gota
desinstala as cores
cria só um gema
rubra nas maçãs do rosto
e miragens
estou nublada
daqui a pouco
chovo
olaria
me falas dos tijolos
expostos na tua poesia,
e das asas em pares
- eu diria: - suados poros -
em que me adivinhas
mal sabem, amiga,
teus dedos generosos
o quanto os meus exploram
a argila das tuas palavras
de onde alçam voo os teus tijolos
domingo, 7 de setembro de 2014
Mario Pirata!
O poeta acaba de lançar o livro de poemas VENTONAVEIA (ScripTorium, 2014), juntamente com THE QUICK BROWN FOX JUMPS OVER THE LAZY DOG, de Jorge Rein, contos e A NINFA DRAGÃO, de Julio Zanotta, ficção, todos pelo mesmo selo editorial.
Dois poemas de Mario Pirata que estão no novo livro:
SOLTA
palavra
(s)alta
(b)oca
e fura
a fala
esmurra
doida
dura
nem muita
nem pouca
ela
ainda cura
TANTRA
tanta história para ler
tanta água para beber
tanta coisa para saber
tanta paisagem para ver
tanta palavra para escrever
tanta pessoa para conhecer
e eu aqui
tonto de doer
tentando
te esquecer
P.S. Pirata, obrigada por me dedicar um poema. Fiquei feliz!
terça-feira, 26 de agosto de 2014
Ainda e mais uma vez, Pablo Neruda!
VEINTE POEMAS DE AMOR Y UNA CANCIÓN DESESPERADA (1923-1924)
15
Me gustas cuando callas porque estás como ausente,
y me oyes desde lejos, y mi voz no te toca.
Parece que los ojos se te hubieran volado
y parece que um beso te cerrara la boca.
Como todas las cosas están llenas de mi alma
emerges de las cosas, llena del alma mía.
Mariposa de sueño, te pareces a mi alma,
y te pareces a la palavra melancolía.
Me gustas cuando callas y estás como distante.
Y estás como quejándote, mariposa em arrullo.
Y me oyes desde lejos, y mi voz no te alcanza:
déjame que me calle com el silencio tuyo.
Déjame que te hable también com tu silencio
claro como uma lámpara, simple como um anillo.
Eres como la noche, callada y constelada.
Tu silencio es de estrela, tan lejano y sencillo.
Me gustas cuando callas porque estás como ausente.
Distante y dolorosa como si hubieras muerto.
Una palavra entonces, una sonrisa bastan.
Y estoy alegre, alegre de que no sea cierto.
terça-feira, 12 de agosto de 2014
CECÍLIA MEIRELES!
Do livro VAGA MÚSICA (1942):
CANÇÃO EXCÊNTRICA
Ando à procura de espaço
para o desenho da vida.
Em números me embaraço
e perco sempre a medida.
Se penso encontrar saída,
em vez de abrir um compasso,
protejo-me num abraço
e gero uma despedida.
Se volto sobre o meu passo,
é já distância perdida.
Meu coração, coisa de aço,
começa a achar um cansaço
esta procura de espaço
para o desenho da vida.
Já por exausta e descrida
não me animo a um breve traço:
- saudosa do que não faço
- do que faço, arrependida.
sexta-feira, 8 de agosto de 2014
Paula Taitelbaum!
Do livro PORNOPOPPOCKET (L&PM, 2004):
Débil, fértil, febril
é assim que ela existe
inexata e incoerente
com o corpo latente
a mente letárgica
e os movimentos ilícitos.
A melhor trepada
nem é a que
rasga a blusa
tem lambuzo
faz gritar.
A melhor trepada
é quando ele
me penetra
com o olhar.
Há um gemido cravado
um sussurro entalado
um suspiro parado
entre os grandes
lábios
calados.
domingo, 3 de agosto de 2014
Ana Cristina Cesar!
INÉDITOS E DISPERSOS (1985)
Poesia/Prosa
ciúmes
Tenho ciúmes deste cigarro que você fuma
Tão distraidamente. (abril/68)
visita
olhos por olhos
um copo, uma gota dágua
atrás deste flaflu
desta caixinha de música
desta bala de goma
teu gosto, tua cor, teu som, teu meu (15.6.69)
quarta-feira, 30 de julho de 2014
Mario Quintana! (1908 - 1994)
No dia em que o poeta Mario Quintana estaria completando 108 anos, quadrilhas do livro ESPELHO MÁGICO, de 1951:
DAS ILUSÕES
Meu saco de ilusões, bem cheio tive-o.
Com ele ia subindo a ladeira da vida.
E, no entretanto, após cada ilusão perdida...
Que extraordinária sensação de alívio!
DA FELICIDADE
Quantas vezes a gente, em busca da ventura,
Procede tal e qual o avozinho infeliz:
Em vão, por toda parte, os óculos procura,
Tendo-os na ponta do nariz!
DA CONDIÇÃO HUMANA
Se variam na casca, idêntico é o miolo,
Julguem-se embora de diversa trama:
Ninguém mais se parece a um verdadeiro tolo
Que o mais sutil dos sábios quando ama.
quarta-feira, 16 de julho de 2014
45º Sarau Literário Zona Sul
Aconteceu no Centro Cultural CEEE Erico Verissimo, na programação do Festival AEDO de poesia, no último dia 12.
Além do poeta Carlos Saldanha Legendre, convidei também uma dupla de músicos da Ospa, Villi&Filipe, que tocou violino e violoncelo, respectivamente.
Abaixo, algumas fotos do evento e um pouco da poesia de Legendre.
Poeta Carlos Saldanha Legendre e eu, após o sarau |
Aqui eu lia a prosa poética do livro CANTO AO MAR DE PIRIÁPOLIS, 1º livro publicado pelo poeta, em 1962. |
Lendo algum detalhe do roteiro |
Poetas e escritores presentes ao evento |
4ª parte do poema TERRITÓRIO DA PALAVRA, do livro Inventário do Canto, 1971, com edição revista e ampliada em 2000:
IV
À beira-mar
do absurdo ou absoluto,
eu seja príncipe ou partícipe
e antecipe a maré dos dias
sem a penosa viração da sintaxe.
Palavra,
lavra,
avara.
Fartei-me de cortejá-la e cotejá-la
com outras. Ostras (cabe dizer),
- Não, lagosta!
E um mar de desencontro
reflui entre nós,
de pronto.
sexta-feira, 11 de julho de 2014
domingo, 6 de julho de 2014
sexta-feira, 27 de junho de 2014
A Poesia Entra em Campo
Em tempos de Copa do Mundo (belos tempos!), um poema divertido que fiz para o Sarau dos Saraus - A Poesia Entra em Campo, realizado ontem, dia 26, no IEL. A organização foi do poeta Marlon de Almeida.
ponta do pé
bola no peito
gol de placa
bicicleta
tanto faz
desde que
jogo de poeta!
segunda-feira, 23 de junho de 2014
domingo, 8 de junho de 2014
Festival AEDO!
Carlos Saldanha Legendre será meu convidado na 45ª edição do SARAU LITERÁRIO ZONA SUL, que farei dentro da programação do Festival AEDO de Poesia, dia 12/07.
De autoria de Legendre, alguns haicais de seu mais recente livro, "SOL - O Poema Nascente", lançado há poucos meses (Editora Gazeta, 2014).
MINERAÇÃO
Garimpar o escuro
da palavra e achar poesia
em estado puro.
ELOQUÊNCIA
Um silêncio ao sul
do lábio. Aquilo que cala,
mais do que flor, fala.
ALUMBRAMENTO
A esperança é sonho
em estado de vigília.
O opaco já brilha.
quinta-feira, 5 de junho de 2014
sábado, 31 de maio de 2014
Florbela Espanca (1894-1930)
Passeio ao campo
Meu Amor! Meu Amante! Meu Amigo!
Colhe a hora que passa, hora divina.
Bebe-a dentro de mim, bebe-a comigo!
Sinto-me alegre e forte! Sou menina!
Eu tenho, Amor, a cinta esbelta e fina...
Pele doirada de alabastro antigo...
Frágeis mãos de madona florentina...
- Vamos correr e rir por entre o trigo!
Há rendas de gramíneas pelos montes...
Papoilas rubras nos trigais maduros...
Água azulada a cintilar nas fontes...
E à volta, Amor...tornemos, nas alfombras
Dos caminhos selvagens e escuros,
Num astro só as nossas duas sombras...
(Charneca em Flor - 1930)
sábado, 17 de maio de 2014
Poesia!
Na última quinta-feira, dia 15, aconteceu a 44ª edição do SARAU LITERÁRIO ZONA SUL, num evento diferente: Malu Macedo, Adriana Neves e eu unimos MODA, FOTOGRAFIA E POESIA.
Meu convidado para o sarau foi o poeta Dilan Camargo e, com seus poemas, homenageamos a mulher, tema dessa edição.
Dois poemas de Dilan, do livro A FALA DE ADÃO (Editora Mercado Aberto, 2000).
MILAGRES DE AMOR
Podem ser olho que lume
chama de vela eterna
beijo depois do queixume
a carícia que se alterna.
Podem ser esse perfume
de líquidos e de esperma
rumor de amor em cardume
movendo o moinho das pernas.
ESSAS MULHERES
Me agradam
essas mulheres de rostos fortes
com seus olhos desmedidos
e suas frontes talhadas
pelo espanto da raça.
Sim, me agradam essas mulheres
quando flertam
e soltam labaredas de dragões
quando falam
e pronunciam melodias cheias de segredos.
Me encanta o enigma
de onde nascem todas as manhãs.
O poeta Dilan Camargo e eu |
terça-feira, 6 de maio de 2014
sábado, 3 de maio de 2014
Rodrigo Garcia Lopes em Porto Alegre.
Rodrigo Garcia Lopes, paranaense de Londrina, é poeta, compositor e tradutor. Meu parceiro na tradução de ARIEL, de Sylvia Plath. (Editora Verus, 2007).
CANÇÕES DO ESTÚDIO REALIDADE é seu 2º cd.
quinta-feira, 1 de maio de 2014
SARAU LITERÁRIO ZONA SUL
Muito boa a 43ª edição do sarau! Bastante bate-papo com os poetas convidados, Paulo Roberto do Carmo e Sergio Napp e, mais do que tudo, leitura de seus poemas.
O público comentou do interessante contraponto que uma poesia fez à outra. Também achei.
Eu, feliz da vida, ladeada pelos poetas Paulo Roberto do Carmo e Sergio Napp |
O público no sarau |
Escolhi um poema de cada poeta, entre os muitos que foram lidos durante o sarau:
RUFAR TAMBORES (do livro ARTE DE OUTRAR-SE, Paulo Roberto do Carmo, Território das Artes Editora, 2011)
Nos extremos da humilhação
nada há de mais consolador
que as lágrimas derramadas,
os gritos proferidos do coração.
Depois, a desobediência a rufar
tambores, o revide, o ajuste de contas
a lancear a consciência do aviltador
e o perdão a convidar para o chá
Poema de Sergio Napp (do livro DAS TRAVESSIAS, WS editor, 2009)
XVII
diante do amor
me calo
de silêncios alimenta-se o amor
em suas viagens
canções de vento na floresta
discreto voo de garça
crepitar de fogo na lareira
diante do amor
não falo
domingo, 27 de abril de 2014
Jornal Zona Sul
destaque
|
terça-feira, 22 de abril de 2014
sexta-feira, 18 de abril de 2014
Élvio Vargas
O poeta alegretense Élvio Vargas lançou em 2012 ESTAÇÕES DE VIGÍLIA E SONHO (Editora Gazeta, Santa Cruz do Sul), Poesia Reunida com Inéditos.
Abaixo o poema A ÚLTIMA CEIA, que está na Parte 2 do livro e foi publicado pela 1ª vez em ÁGUA DO SONHO (2006):
Para Paulo Houayek
A paleta corrige
a borra de lágrima
sangrando
na agonia do linho
velatura de sonhos
sob a cruz dos pincéis.
Punhal, Guernica, Lorca.
Um corpo na praia
ancorado
nas areias do sono
relógio de horas mortas
cavalgando na volúpia fria.
Um forasteiro, desejo, milagres
teorema, sedução.
O Jardim das Delícias
as mulheres gordas do Bruegel
e a monarquia triste de Velásquez.
Os terríveis pesadelos de Goya
fogo, fome, fim.
A Lição de Anatomia do Dr. Tulp
um tom azul
leve
de advertência mediterrânea
barcos chegando, partindo: Miró.
Vermelho, um manto
meu sudário litografado
pelo sangue das paixões
e as flores de Matisse
para a última ceia.
quinta-feira, 10 de abril de 2014
quarta-feira, 9 de abril de 2014
Ana Cristina Cesar
ante-sonho
O súbito preamar
amor prelúdio
anuncia.
Inesperadas estrelas
silhuetas
que se unem
ajuntam.
Céus sem vácuo
Véus caindo
ainda findam.
inconfissões - novembro/68
segunda-feira, 7 de abril de 2014
Gabriela Mistral
A poeta chilena Gabriela Mistral estaria aniversariando hoje: 125 anos. Gabriela nasceu em Vicuña, Chile, em 07 de abril de 1889 e morreu em 1957, em Hempstead, NY, USA.
Em 1945 recebeu o Prêmio Nobel de Literatura.
Um poema de sua autoria:
DESVELADA
Como soy reina y fui mendiga, ahora
vivo em puro temblor de que me dejes,
y te pregunto, pálida, a cada hora:
"Estás conmigo aún? Ay, no te alejes!"
Quisiera hacer las marchas sonriendo
y confiando ahora que me has venido;
pero hasta en el dormir estoy temendo
y pregunto enre sueños: "No te has ido"?
sexta-feira, 4 de abril de 2014
Carlos Legendre
No último dia 02, o poeta e desembargador aposentado Carlos Saldanha Legendre lançou seu mais recente livro de poemas SOL - O Poema Nascente, Haicais e Tancas (Editora Gazeta, 2014).
Anteriormente já havia publicado, sempre em poesia, CANTO AO MAR DE PIRIÁPOLIS (1962), INVENTÁRIO DO CANTO (1971), ARTEPOEMA (1998) e ELEGIA À LESMA (2011).
Do livro SOL - O Poema Nascente:
ATITUDE
Fiz-me no que quis,
às vezes, pedra, mas outras,
canto e chafariz.
UNIDADE
Quando estou em mim,
sou poesia. Se me deserto,
não estou mais certo.
EM SUMA
Por mais que me foque,
há uma sombra que resiste
ao melhor retoque.
domingo, 30 de março de 2014
Paulo Leminski
hard feelings
(a riddle for Martha)
Oceans,
emotions,
ships, ships,
and other relationships,
keep us going
through the fog
and wandering mist.
What it it
that I missed?
sábado, 29 de março de 2014
COSTURANDO PALAVRAS!
COSTURANDO
PALAVRAS- Oficina Literária para Iniciantes
Com a escritora e professora Cristina Macedo
Venha
exercitar sua escrita de maneira criativa, através de técnicas
práticas e teóricas.
Serão 12 encontros de 1h30m cada, às quartas-feiras, 19hs,
do dia
09/04 ao dia 25/06, na Zona Sul.
Turmas de, no máximo, cinco participantes.
Valor: R$200,00 (mensalidade)
À vista 10% de desconto = R$540,00.
Inscrições: celular (51)99918569.
segunda-feira, 24 de março de 2014
quinta-feira, 20 de março de 2014
quarta-feira, 19 de março de 2014
GOSTEI!
http://youtu.be/YNBGhXej2gc
O link acima leva ao vídeo que o músico Francisco Castro fez com meu poema GOSTEI!
terça-feira, 18 de março de 2014
Paulo Hecker Filho
SONHO
Aí está, ou penso nela?
E sobre a bruma, ei-la nua!
Se for sonho, eu paro já...
É sonho mas está nua
de dia nunca estará.
Quero apertar, quero ver.
Que violência, que paixão,
chego a me desconhecer...
Não aguento mais e entro.
O que vou fazer lá dentro!
Mas derramo todo fora...
Era sonho, mas que aurora!
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