sexta-feira, 18 de abril de 2014
Élvio Vargas
O poeta alegretense Élvio Vargas lançou em 2012 ESTAÇÕES DE VIGÍLIA E SONHO (Editora Gazeta, Santa Cruz do Sul), Poesia Reunida com Inéditos.
Abaixo o poema A ÚLTIMA CEIA, que está na Parte 2 do livro e foi publicado pela 1ª vez em ÁGUA DO SONHO (2006):
Para Paulo Houayek
A paleta corrige
a borra de lágrima
sangrando
na agonia do linho
velatura de sonhos
sob a cruz dos pincéis.
Punhal, Guernica, Lorca.
Um corpo na praia
ancorado
nas areias do sono
relógio de horas mortas
cavalgando na volúpia fria.
Um forasteiro, desejo, milagres
teorema, sedução.
O Jardim das Delícias
as mulheres gordas do Bruegel
e a monarquia triste de Velásquez.
Os terríveis pesadelos de Goya
fogo, fome, fim.
A Lição de Anatomia do Dr. Tulp
um tom azul
leve
de advertência mediterrânea
barcos chegando, partindo: Miró.
Vermelho, um manto
meu sudário litografado
pelo sangue das paixões
e as flores de Matisse
para a última ceia.
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