terça-feira, 28 de julho de 2015
Ana Cristina Cesar (1952/1983)
Em Inéditos e Dispersos - Poesia/Prosa, 1985:
imagino como seria te amar
teria o gosto estranho das palavras
que brincamos
e a seriedade de quando esquecemos
quais palavras
imagino como seria te amar:
desisto da ideia numa verbal volúpia
e recomeço a escrever
poemas.
psicografia
Também eu saio à revelia
e procuro uma síntese nas demoras
cato obsessões com fria têmpera e digo
do coração: não soube e digo
da palavra: não digo (não posso ainda acreditar
na vida) e demito o verso como quem acena
e vivo como quem despede a raiva de ter visto
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