Hoje é aniversário da morte de Sylvia Plath, que suicidou-se em 11 de fevereiro de 1963, em Londres. Sylvia nasceu em Boston, em 1932.
ARIEL é considerada sua obra mais importante. Rodrigo Garcia Lopes e eu traduzimos o livro, que foi publicado pela Verus Editora, em 2007.
Abaixo, o poema TALIDOMIDA, no original e em nossa tradução:
Thalidomide
O half moon -
Half-brain, luminosity -
Negro, masked like a white,
Your dark
Amputations crawl and appal -
Spidery, unsafe.
What glove
What leatheriness
Has protected
Me from that shadow -
The indelible buds,
Knuckles at shoulder-blades, the
Faces that
Shove into being, dragging
The lopped
Blood-caul of absences.
All night I carpenter
A space for the thing I am given,
A love
Of two wet eyes and a screech.
White spit
Of indifference!
The dark fruits revolve and fall.
The glass cracks across,
The image
Flees and aborts like dropped mercury.
Talidomida
Oh, semilua -
Semicérebro, luminosidade -
Negro, mascarado de branco,
Suas escuras
Amputações rastejam e assustam -
Aranhiças, inseguras.
Que luva
Que espécie de couro
Me protegeu
Daquela sombra -
Os botões indeléveis,
Nós nas omoplatas, os
Rostos que
Empurram para ser, arrastando
O podado
Âmnio sangrento das ausências.
Toda noite eu teço
Um espaço para o que me é dado,
Um amor
De dois olhos úmidos e um grito.
Branca secreção
Da indiferença!
Os frutos escuros giram e caem.
O vidro se espatifa,
A imagem
Foge e aborta como gotas de mercúrio.
Os poetas Sylvia Plath e Ted Hughes |
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