quarta-feira, 2 de outubro de 2013
Anna Akhmátova (1889-1966)
REVOADA BRANCA
Para N.G.
Tua casinha branca, teu tranquilo jardim abandonarei.
Minha vida passará a ser solitária e radiosa.
Mas a ti, a ti eu celebrarei em meus versos,
como mulher alguma jamais fez.
Tu, querido, relembrarás a tua amada
no paraíso que criaste para os olhos dela.
Enquanto isso, eu comercio estes tesouros:
teu amor, tua ternura, vou vendê-los.
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