domingo, 30 de setembro de 2012
Dia 03, quarta!
A escritora, poeta e cantora Angélica Rizzi me convidou para o sarau POETAS ILUMINADAS, que faz parte do projeto QUARTA TEM SARAU NO QUARTO, do Centro Cultural CEEE Erico Verissimo.
Lá estarei batendo um papo com Angélica sobre meus caminhos na literatura. Leremos contos e poemas de minha autoria e sei que haverá música, também.
Próxima quarta, às 19:30hs. Obrigada pelo convite, Angélica Rizzi!
sábado, 29 de setembro de 2012
quinta-feira, 27 de setembro de 2012
ALFRS
Amanhã, dia 28, a poeta Laís Chaffe toma posse na Academia Literária Feminina do Rio Grande do Sul - ALFRS.
Sua cadeira será a de nº 36, cuja patrona é Amalia Cagnoto e cuja antecessora foi Maria Dinorah Luz do Prado.
A paraninfa será a poeta Berenice Sica Lamas.
Cerimônia de posse na sede da ALF, à Rua Sarmento Leite, 933, às 19hs.
Parabéns, Laís!
quarta-feira, 26 de setembro de 2012
Ontem à noite.
Estive ontem no Café Vogue, do Shopping Total, para a Mostra Poemas Café & Cia, promovida pela Fábrica de Cultura, que é capitaneada pelo poeta Gilberto Wallace.
Vários poetas participam da mostra, como Lota Moncada, Neli Germano, Zaira Cantarelli, entre vários outros. Parabéns a todos!
Meu amigo, o poeta Renato de Mattos Motta, me clicou em alguns momentos.
terça-feira, 25 de setembro de 2012
Ana Cristina Cesar
Psicografia
Também eu saio à revelia
e procuro uma síntese nas demoras
cato obsessões com fria têmpera e digo
do coração: não soube e digo
da palavra: não digo (não posso ainda acreditar
na vida) e demito o verso como quem acena
e vivo como quem despede a raiva de ter visto
Fisionomia
não é mentira
é outra
a dor que dói
em mim
é um projeto
de passeio
em círculo
um malogro
do objeto
em foco
a intensidade
de luz
de tarde
no jardim
é outra
outra a dor que dói
quinta-feira, 20 de setembro de 2012
Lançamento!
A poeta Gerci Oliveira Godoy acaba de lançar "Da boca pra dentro", pelo selo da ALF - Academia Literária Feminina do RS - e é um belo livro de poemas! Telma Scherer faz a apresentação do livro, que é composto por quatro partes: VESTÍGIOS DO MEU SEM FIM, CARRETÉIS BAILARINOS, A PRESSA DOS OUTONOS e O FIO ROMPIDO DA ESPERA. (Incrível a beleza dos títulos!)
Da última parte, transcrevo o poema
surto
impossível calar imagens
nesta cadência de nômades
Gerci Oliveira Godoy |
overdose, curtas ondas
nirvana pro além de nós
inventores, irreverentes
zênites esféricos zagais
artífices criam asas
dando as mãos divinamente
ouvem anjos nestas odes
salmódia pra além de um sol
sexta-feira, 14 de setembro de 2012
No sarau de ontem, dia 13, homenageando Simões Lopes Neto, Instituto NT de Cinema e Cultura.
Nas fotos, feitas por Michelle Hernandes, Virgínia Helena Vianna Rocha, Renato de Mattos Motta e eu.
quarta-feira, 12 de setembro de 2012
terça-feira, 11 de setembro de 2012
Maravilha!!!
Aperitivo para o sarau de quinta, 13, no Instituto NT:
O NEGRO BONIFÁCIO
(...) Alta e delgada, parecia assim um jerivá ainda novinho, quando balança a copa verde tocada de leve por um vento pouco, da tarde. Tinha os pés pequenos e as mãos mui bem torneadas; cabelo cacheado, as sobrancelhas finas, nariz alinhado.
Mas o rebenqueador, o rebenqueador..., eram os olhos!...
Os olhos da Tudinha eram assim a modo de veado-virá, assustado: pretos, grandes, com luz dentro, tímidos e ao mesmo tempo haraganos...pareciam olhos que estavam sempre ouvindo..., ouvindo mais que vendo...
Face cor de pêssego maduro; os dentes brancos e lustrosos como dente de cachorro novo; e os lábios da morocha deviam ser macios como treval, doces como mirim, frescos como polpa de guabiju...(...) (Simões Lopes Neto, em "Contos Gauchescos").
O NEGRO BONIFÁCIO
(...) Alta e delgada, parecia assim um jerivá ainda novinho, quando balança a copa verde tocada de leve por um vento pouco, da tarde. Tinha os pés pequenos e as mãos mui bem torneadas; cabelo cacheado, as sobrancelhas finas, nariz alinhado.
Mas o rebenqueador, o rebenqueador..., eram os olhos!...
Os olhos da Tudinha eram assim a modo de veado-virá, assustado: pretos, grandes, com luz dentro, tímidos e ao mesmo tempo haraganos...pareciam olhos que estavam sempre ouvindo..., ouvindo mais que vendo...
Face cor de pêssego maduro; os dentes brancos e lustrosos como dente de cachorro novo; e os lábios da morocha deviam ser macios como treval, doces como mirim, frescos como polpa de guabiju...(...) (Simões Lopes Neto, em "Contos Gauchescos").
sábado, 8 de setembro de 2012
J. Simões Lopes Neto
Estou me deliciando com a leitura de "Contos Gauchescos", do escritor pelotense João Simões Lopes Neto (1865-1916)!
Fiz uma seleção de seis contos (que dificuldade, queria mostrar todos!) para apresentar no sarau do dia 13 próximo, no Instituto NT de Cinema e Cultura, acampanhada pelos escritores e poetas Virgínia Vianna Rocha (organizadora do evento) e Renato de Mattos Motta.
A programação que celebra os 100 anos da publicação dos "Contos Gauchescos" acontecerá nos dias 12, 13 e 14 de setembro. (post mais abaixo).
Aqui, transcrevo o conto "O Mate do João Cardoso":
O Mate do João Cardoso
- A la fresca!... que demorou a tal fritada! Vancê reparou?
Quando nos apeamos era a pino do meio-dia... e são três horas, largas!... Cá pra mim esta gente esperou que as franguinhas se pusessem galinhas e depois botassem, para depois apanharem os ovos e só então bater esta fritada encantada, que vai nos atrasar a troteada, obra de duas léguas... de beiço!...
Isto até faz-me lembrar um caso.. . Vancê nunca ouviu falar do João Cardoso?... Não?... É pena.
O João Cardoso era um sujeito que vivia por aqueles meios do Passo da Maria Gomes; bom velho, muito estimado, mas chalrador como trinta e que dava um dente por dois dedos de prosa, e mui amigo de novidades.
Também... naquele tempo não havia jornais, e o que se ouvia e se contava ia de boca em boca, de ouvido para ouvido. Eu, o primeiro jornal que vi na minha vida foi em Pelotas mesmo, aí por 1851.
Pois, como dizia: não passava andante pela porta ou mais longe ou mais distante, que o velho João Cardoso não chamasse, risonho, e renitente como mosca de ramada; e aí no mais já enxotava a cachorrada, e puxando o pito de detrás da orelha, pigarreava e dizia:
- Olá! Amigo! apeie-se; descanse um pouco! Venha tomar um amargo! É um instantinho.... crioulo?!...
O andante, agradecido à sorte, aceitava... menos algum ressabiado, já se vê.
- Então que há de novo? (E para dentro de casa, com uma voz de trovão, ordenava: - Oh! crioulo! Traz mate!
E já se botava na conversa, falava, indagava, pedia as novas, dava as que sabia; ria-se, metia opiniões, aprovava umas cousas, ficava buzina com outras...
E o tempo ia passando. O andante olhava para o cavalo, que já tinha refrescado; olhava para o sol que subia ou descambava... e mexia o corpo para levantar-se.
- Bueno! são horas, seu João Cardoso; vou marchando!...
- Espere, homem! Só um instantinho! Oh! crioulo, olha esse mate!
E retomava a chalra. Nisto o crioulo já calejado e sabido, chegava-se-lhe manhoso e cochichava-lhe no ouvido:
- Sr., não tem mais erva!...
- Traz dessa mesma! Não demores, crioulo!...
E o tempo ia correndo, como água de sanga cheia.
Outra vez o andante se aprumava:
- Seu João Cardoso, vou-me tocando... Passe bem!
- Espera, homem de Deus! É enquanto a galinha lambe a orelha!... Oh! crioulo!... olha esse mate, diabo!
E outra vez o negro, no ouvido dele:
- Mas, sr!... não tem mais erva!
- Traz dessa mesma, bandalho!
E o carvão sumia-se largando sobre o paisano uma riscada do branco dos olhos, como encarnicando...
Por fim o andante não agüentava mais e parava patrulha:
- Passe bem, seu João Cardoso! Agora vou mesmo. Até a vista!
- Ora, patrício, espere! Oh crioulo, olha o mate!
- Não! não mande vir, obrigado! Pra volta!
- Pois sim..., porém dói-me que você se vá sem querer tomar um amargo neste rancho. É um instantinho... oh! crioulo!
Porém o outro já dava de rédea, resolvido à retirada.
E o velho João Cardoso acompanhava-o até a beira da estrada e ainda teimava:
- Quando passar, apeie-se! O chimarrão, aqui, nunca se corta, está sempre pronto! Boa viagem! Se quer esperar... olhe que é um instantinho... Oh! crioulo!...
Mas o embuçalado já tocava a trote largo.
Os mates do João Cardoso criaram fama... A gente daquele tempo, até, quando queria dizer que uma cousa era tardia, demorada, maçante, embrulhona, dizia - está como o mate do João Cardoso!
A verdade é que em muita casa e por muitos motivos, ainda às vezes parece-me escutar o João Cardoso, velho de guerra, repetir ao seu crioulo:
- Traz dessa mesma, diabo, que aqui o sr. tem pressa!...
- Vancê já não tem topado disso?...
quinta-feira, 6 de setembro de 2012
Na próxima semana!
TRÊS PONTOS EM COMUM
- http://www.trespontosemcomum.blogspot.com.br/ -
CONVIDA PARA A HOMENAGEM AOS CEM ANOS DE CONTOS GAUCHESCOS,
JOÃO SIMÕES LOPES NETO:
LINGUAGEM E RELEITURAS
Nos dias
12, 13 E 14 DE SETEMBRO DE 2012
no INSTITUTO NT DE CINEMA E CULTURA
RUA MARQUêS DO POMBAL, 1111
MOINHOS DE VENTO – PORTO ALEGRE
(Entrada franca)
P R O G R A M A
> NOS DIAS 12, 13 E 14/09:
Horário: das 14h às 23h
Abertura: dia 12/09, às 20h30
(Será servido um vinho de honra)
Exposição de pinturas e gravuras dos artistas
Angela Pettini
Arlete Santarosa
Cylene Dallegrave
Dânia Moreira
Eda Lani Fabris
Eliane Santos Rocha
Esther Bianco
Jane Machado
Jussara Schivitz
Lília Manfroi
Mabel Fontana
Márcia Rosa
Paulo Olszewski
Raquel Lima
DIA 12/09
Às 19h
Painel com a participação de
ANA MARIANO
- advogada, poeta e escritora -
DULCINEA SANTOS
- crítica literária e escritora -
LUIZ-OLYNTHO TELLES DA SILVA
- psicanalista e escritor; membro de Biblioteca Sigmund Freud -
VIRGíNIA HELENA VIANNA ROCHA
- advogada, poeta e escritora -
WALDOMIRO CARLOS MANFROI
- médico e escritor; Ex-Diretor da Faculdade de Medicina (UFRGS);
Membro da Academia Sul-Riograndense de Medicina
Membro da Academia Sul-Riograndense de Letras
Professor Emérito da Universidade Federal do Rio Grande do Sul -
DIA 13 /09
Às 19h
Sarau coordenado por
CRISTINA MACEDO
- poeta e escritora, Membro da Academia Literária Feminina -
Com a participação de
RENATO DE MATTOS MOTTA
- poeta -
VIRGíNIA HELENA VIANNA ROCHA
- advogada, poeta e escritora -
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Coordenação Geral
Virgínia Helena Vianna Rocha
segunda-feira, 3 de setembro de 2012
Poeta César Pereira
Fui ao IEL - Instituto Estadual do Livro - semana passada, pegar meu autógrafo com o poeta gaúcho César Pereira, que lançava mais um livro de poemas, "Caminhos do fruto".
Estou encantada com a poesia do Pereirinha! Abaixo, dois poemas do livro:
CAMINHOS DO FRUTO
No asfalto
transitam máquinas,
moendas,
mó
A palavra moída.
Neste ruflar de passos
o sapato está gasto,
a prestação vencida.
A lutar por crédito,
crendo na flor,
no pássaro,
no amor
percorro os longos caminhos do fruto.
Poeta César Pereira |
o soldo escasso,
não levo fama
nem lama
na roupagem
sou da outra margem
ENGODO
Ludíbrio
é este sorrir
crispado na pele.
Entre cangalhas
aras invernais
abrindo fendas no silêncio.
Desprovido,
carregas a imutável rotina,
o engodo nas notícas.
Na anestesia do vídeo,
a escada é sobre o abismo.
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