DOS MUNDOS
Deus criou este mundo. O homem, todavia,
Entrou a desconfiar, cogitabundo...
Decerto não gostou lá muito do que via...
E foi logo inventando o outro mundo.
DA MODERAÇÃO
Cuidado! Muito cuidado...
Mesmo no bom caminho urge medida e jeito.
Pois ninguém se parece tanto a um celerado
Como um santo perfeito...
segunda-feira, 30 de janeiro de 2012
quinta-feira, 26 de janeiro de 2012
Mais um pouquinho de Florbela!
He hum não querer mais que bem querer.
Camões
I
Gosto de ti apaixonadamente,
De ti que és a vitória, a salvação,
De ti que me trouxeste pela mão
Até ao brilho desta chama quente.
A tua linda voz de água corrente
Ensinou-me a cantar...e essa canção
Foi ritmo nos meus versos de paixão,
Foi graça no meu peito de descrente.
Bordão a amparar minha cegueira,
Da noite negra o mágico farol,
Cravos rubros a arder numa fogueira!
E eu, que era neste mundo uma vencida,
Ergo a cabeça ao alto, encaro o Sol!
- Águia real, aponta-me a subida!
Camões
I
Gosto de ti apaixonadamente,
De ti que és a vitória, a salvação,
De ti que me trouxeste pela mão
Até ao brilho desta chama quente.
A tua linda voz de água corrente
Ensinou-me a cantar...e essa canção
Foi ritmo nos meus versos de paixão,
Foi graça no meu peito de descrente.
Bordão a amparar minha cegueira,
Da noite negra o mágico farol,
Cravos rubros a arder numa fogueira!
E eu, que era neste mundo uma vencida,
Ergo a cabeça ao alto, encaro o Sol!
- Águia real, aponta-me a subida!
terça-feira, 24 de janeiro de 2012
segunda-feira, 23 de janeiro de 2012
FLORBELA ESPANCA, "Livro de Mágoas", 1919.
Amiga
Deixa-me ser a tua amiga, Amor,
A tua amiga só, já que não queres
Que pelo teu amor seja a melhor,
A mais triste de todas as mulheres.
Que só, de ti, me venha mágoa e dor
O que me importa a mim?! O que quiseres
É sempre um sonho bom! Seja o que for,
Bendito sejas tu por mo dizeres!
Beija-me as mãos, Amor, devagarinho...
Como se os dois nascêssemos irmãos,
Aves cantando, ao sol, no mesmo ninho...
Beija-mas bem!...Que fantasia louca
Guardar assim, fechados, nestas mãos
Os beijos que sonhei pra minha boca!...
quinta-feira, 19 de janeiro de 2012
Fernando Botero
Começa amanhã, dia 20, a exposição "Dores da Colômbia", de Fernando Botero, no Centro Cultural CEEE Erico Verissimo, com a curadoria do Museu Nacional da Colômbia.
São 67 obras: seis aquarelas, 36 desenhos e 25 pinturas a óleo.
Imperdível coleção deste pintor e escultor colombiano, que é trazida a Porto Alegre por Bradesco Seguros, Aori Produções Culturais e Centro Cultural CEEE Erico Verissimo - Grupo CEEE.
Horário: Abertura: 20 de janeiro, das 19 às 22h
Exposição: 21 de janeiro a 8 de março
Terça a sexta, das 10 às 19h
Sábado, das 11h às 18h
São 67 obras: seis aquarelas, 36 desenhos e 25 pinturas a óleo.
Imperdível coleção deste pintor e escultor colombiano, que é trazida a Porto Alegre por Bradesco Seguros, Aori Produções Culturais e Centro Cultural CEEE Erico Verissimo - Grupo CEEE.
Horário: Abertura: 20 de janeiro, das 19 às 22h
Exposição: 21 de janeiro a 8 de março
Terça a sexta, das 10 às 19h
Sábado, das 11h às 18h
Cecília Meireles, em "Dispersos" (1918-1964)
MENSAGEM A UM DESCONHECIDO
Teu bom pensamento longínquo me emociona.
Tu, que apenas me leste,
acreditaste em mim, e me entendeste profundamente.
Isso me consola dos que me viram,
a quem mostrei toda a minha alma,
e continuaram ignorantes de tudo que sou,
como se nunca me tivessem encontrado.
Fevereiro, 1956
terça-feira, 17 de janeiro de 2012
segunda-feira, 16 de janeiro de 2012
quinta-feira, 12 de janeiro de 2012
"Elegia à Lesma", do poeta gaúcho Carlos Saldanha Legendre. (Editora Movimento, 2011).
II - NASCIMENTO
No começo
um só ponto
luminoso
no quintal.
Mal e mal
se percebe
o que gera
sobre a argila.
O olhar
busca o grão
que cintila
sobre o chão.
Tênue gota
vacilante
desse orvalho
que se anima
e desdobra
fecundado
como um óvulo
sideral
e veloz
multiplica-se
como espiga
sob o sol.
Do conúbio
dessas bolhas
eriçadas
em espasmos,
- doce orgasmo
das estrelas!,
brota a vida
em espuma.
Um vagido
já se escuta
como canto
dentre a bruma.
Não há sangue
não há ossos
nem fraturas
nem destroços.
Por ser lesma
é nascida
de si mesma,
com origem
primordial.
É tão virgem
como a cal
se expandindo
em bandeja
mineral.
Fogo-fátuo,
luz real
que rasteja
vida afora,
repelida.
Mas é vida!
No começo
um só ponto
luminoso
no quintal.
Mal e mal
se percebe
o que gera
sobre a argila.
O olhar
busca o grão
que cintila
sobre o chão.
Tênue gota
vacilante
desse orvalho
que se anima
e desdobra
fecundado
como um óvulo
sideral
e veloz
multiplica-se
como espiga
sob o sol.
Do conúbio
dessas bolhas
eriçadas
em espasmos,
- doce orgasmo
das estrelas!,
brota a vida
em espuma.
Um vagido
já se escuta
como canto
dentre a bruma.
Não há sangue
não há ossos
nem fraturas
nem destroços.
Por ser lesma
é nascida
de si mesma,
com origem
primordial.
É tão virgem
como a cal
se expandindo
em bandeja
mineral.
Fogo-fátuo,
luz real
que rasteja
vida afora,
repelida.
Mas é vida!
quarta-feira, 11 de janeiro de 2012
Os poETs!
Hoje também, dia 11, show dos poETs Alexandre Brito, Ronald Augusto e Ricardo Silvestrin na sala Carlos Carvalho, da Casa de Cultura Mario Quintana, às 21hs. Sempre vale a pena assisti-los!!!
"Papaéu e o Ataque dos Clones"
A comédia, protagonizada por Celso Sant'Anna e Eron Dal Molin, fez uma apresentação ontem, e fará a última hoje, dia 11, no Teatro Israelita, às 21hs.
Vale a pena conferir e dar boas risadas!
quinta-feira, 5 de janeiro de 2012
Escritores Gaúchos
Palavras de Maria Helena Martins, escritora e doutora em Literatura Comparada, diretora do CELPCYRO, Centro de Estudos de Literatura e Psicanálise Cyro Martins, do qual é diretora. Este texto foi escrito no site www.celpcyro.org.br, na coluna "Escritores Gaúchos".
Nos facebooks, twitters, blogs, a força criativa da expressão, a necessidade genuína de comunicar e a noção do que importa mesmo informar quase sempre se diluem num fraseado entre o coloquial e o supostamente espontâneo, apressado. Assim se constitui grande parte do texto internético, longe do literário, a anos luz do poético. Há também uma tendência à infantilização e a um barateamento das emoções. Mas é inegável que estamos diante de uma nova linguagem, forjada nas e pelas ferramentas eletrônicas, que não pode ser ignorada. A vantagem nesse jeito de dizer se encontra no exercício de síntese: não há tempo/espaço para mais delongas. Será por aí a contribuição dos textos internéticos a escritores do livro impresso? Como? Diria que os contos de Cristina Macedo partem dessa característica, pelo seu escrito enxuto. Mas a leveza e concisão se amalgamam numa narrativa calibrada pela criação de um clima. Sem arroubos ou desvios, o texto pega o leitor. E não há tempo para se preparar, nem espaço para conjeturas. Num zaz a história acontece, aconteceu. Mais: não há condescendência nela, a sutileza fica no trato da linguagem - a sangue-frio. E esse paradoxo deixa o leitor à espera de uma explicação, meio atordoado. De volta ao texto, a ver onde mesmo teria se perdido ou deixado escapar um indício, uma alusão. Enfim, a literatura dessa autora - com um elã atual - traz de volta aquela questão milenar: a arte imita a vida ou a vida inspira a arte, por mais absurda e irreal que esta possa parecer? Gaúcha morando em Porto Alegre, Cristina Macedo é Mestre em Literaturas de Língua Portuguesa, pela UFRGS, com o tema "A Mulher em O Tempo e o Vento", de Erico Verissimo. Traduziu Ariel, de Sylvia Plath, juntamente com o poeta Rodrigo Garcia Lopes(Editora Verus, 2007). Tem contos na antologia Ponto de Partilha I, organizada pelos escritores Valesca de Assis e Rubem Penz.( Editora Kalligraphos, 2008). Também publicou contos nas coletâneas Arca de Impurezas (2008) e Arca Profana(2010)(Território das Artes Editora). Leciona inglês, traduz poesia e, ultimamente, dedica-se a escrever poemas. E anima, desde 2008, o Sarau Literário Zona Sul, assim como agora o faz em Quarta tem sarau no Quarto, do CCEE Erico Veríssimo. Maria Helena Martins |
Mais Hilda, no livro "Do Desejo".
II
Ver-te. Tocar-te. Que fulgor de máscaras.
Que desenhos e rictus na tua cara
Como os frisos veementes dos tapetes antigos.
Que sombrio te tornas se repito
O sinuoso caminho que persigo: um desejo
Sem dono, um adorar-te vívido mas livre.
E que escura me faço se abocanhas de mim
Palavras e resíduos. Me vêm fomes
Agonias de grandes espessuras, embaçadas luas
Facas, tempestade. Ver-te. Tocar-te.
Cordura.
Crueldade.
domingo, 1 de janeiro de 2012
HILDA HILST, no livro "Júbilo, Memória, Noviciado da Paixão."
ÁRIAS PEQUENAS.
PARA BANDOLIM
ÁRIA ÚNICA, TURBULENTA
Tépido Túlio, o reino
Não é feito para os mornos.
Esse reino de amor onde és o rei
Por compulsão e ímpeto do poeta,
É feito de loucura, de atração
E não compreende tepidez, mornura
E vícios da aparência, palha, Túlio,
Tem sido o teu reinado, inconsistência.
Ou te transformas, rei de fogo e justo,
E, a quem merece, dás amor e alento
Ou se refaz em ira a minha luxúria
Me desfaço de ti, muito a contento.
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