segunda-feira, 9 de maio de 2011

O AMOR É UMA MULHER DE OLHOS INVISÍVEIS

Poema de Rodrigo Garcia Lopes, que li no SARAU POESIA PARA MÃES E MULHERES, sábado, dia 07, no Shopping PASEO ZONA SUL.

É belo o poema!

Imprimo em seus lábios lírios & jasmins
primícias de cetim em toques de neve
mixo a ti e a mim nesses senfins
gravo na boca o cheiro bom do cravo.
Nenhuma nóia a nos tocar se atreve.

Ligado, digito os terminais dos teus sentidos
Regulo o foco do deleite, chupo teus bits & bytes,
Quando a aurora goza um sono rosa, Danaê, acredite:
com sentidos assim, quem precisa de inimigos?

Quem dera ver nascer desse oscilar nova beleza
que trema nossos ossos de delícia, e dance,
deixando no ar um doce incenso, ninfa acesa, em transe,
cabelos elétricos, olhos fixos medusa.

Amor me fia como teia, sua presa,
me tateia lá onde o orvalho goza na manhã
me tenta e me entontece em teu veneno, vinho, surpresa
depois do bom do beijo, erva, & relvas de avelã.
Memórias ondulam indolores, cuja malha
aquece o cor como uma blusa, leve como lã.

Eu quero que você levite e me leve a um outro reino
lá onde uma luz eterna de Amor emana
aura perfeita bebendo minha dor no ar sereno
dizendo-se musa, mas oásis que engana.

Agora olha bem fundo em mim e diz:
vê esse silêncio, esses mínimos grãos de luz?
essa é a vida que não bisa, um sentir que se reprisa,
estrela que desliza, sol que eclipsa, um deus?

Por que o que vai dentro e fora nunca se condiz?
sempre por dentro e fora do tempo, algo traduz
nossos gestos mais secretos, brisa que nos irisa,
onda que, um dia, alisou esta camisa, onde se lia:
"o homem que a vestia nunca foi feliz"

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