quarta-feira, 31 de março de 2010

RENATO DE MATTOS MOTTA


Fiquei muito feliz ontem, dia 30, com a realização de mais um Sarau Literário Zona Sul.
O Iaiá Bistrô , charmosamente administrado pela Daniela Craidy, estava lotado de gente que foi até lá para ouvir a poesia de Renato de Mattos Motta.
Ele é, nessa ordem, poeta, artista plástico, publicitário e produtor cultural.
Lemos, Renato e eu, seus poemas sociais, seus haicais, seus poemas líricos.
Abaixo, dois desses poemas:

não sei fazer poema

não sei fazer poema

com métrica de régua

o ritmo dos meus versos

não é aquele

marcial

marcado com pés,

compassos,

sílabas contadas

o ritmo dos meus versos

é o do meu coração

descompassado,

fibrilante,

taquicárdico

não sei fazer poema

com marcapasso.




vaca


clara fêmea noturna

carnal carícia

vaca sagrada dos cornos de lua

altar pagão

vaca chapada que ronda a rua

morna sedução

vaca divina curvilínea

pele leitosa

deleite no leito

tetas macias de leite em pó

esguichando estrelas na noite

iluminando caminhos no céu

mãe do dia

amante da noite

paixão da terra

imensa vaca de sangue quente

que aplaca desejos com cerveja

carne de beijo na boca

poderosas coxas

corpo fértil

paraíso de prazeres

traçando na minha noite

vias tortuosas de perdição.


Um comentário:

  1. Não tinha agradecido! Tremenda falha! Obrigado, Cris pelo belíssimo sarau que fizemos em 2010, bem como por todos os outros que fizemos antes e depois deste!

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