E já que hoje é dia de retrospectivas, tive vontade de contar quantos saraus realizei em 2011:
Fiz 8 edições do SARAU LITERÁRIO ZONA SUL, assim distribuídas:
- em março, recebi a escritora Cíntia Moscovich e o psicanalista Abrão Slawutsky para homenagearmos Moacyr Scliar.
- em abril, o sarau foi dedicado a duas jovens escritoras: a poeta Juliana Meira e a cronista Mariana Bertolucci (que, aliás, acabou de receber o prêmio Açorianos 2011, categoria Crônicas, por seu livro "Bailarina sem Breu").
- em junho, meu convidado foi o escritor José Antonio Pinheiro Machado, o Anonymus Gourmet.
- no mês de agosto foi a vez de homenagear Mario Quintana, com a atriz Deborah Finocchiaro.
- em setembro, recebi vários poetas gaúchos, para celebrarmos os 2 anos do Iaiá Bistrô, onde realizo os saraus da zona sul.
- o SARAU LITERÁRIO ZONA SUL, em outubro, foi participar do festival PORTO POESIA. Lá, fiz a 32ª edição do sarau, dialogando com o poeta e músico Ricardo Silvestrin.
- ainda em outubro, apresentei o sarau na FEIRA DO LIVRO de Porto Alegre, com o tema "O Suspense na Poesia", tendo recebido o poeta Renato de Mattos Motta para me ajudar na leitura de vários poetas, como Edgar Allan Poe, Lovecraft, Wislawa Szymborska, etc.
- em novembro, realizei a última edição do ano do SARAU LITERÁRIO ZONA SUL, fechando 34 edições, quando recebi o poeta José Eduardo Degrazia para lermos sonetos de seu livro "A Flor Fugaz".
No projeto QUARTA TEM SARAU NO QUARTO, fiz 6 saraus AOS MESTRES COM CARINHO, parceria com o Centro Cultural CEEE Erico Verissimo. Os mestres homenageados foram Mario Benedetti, Hilda Hilst, Pablo Neruda, Élvio Vargas, José Eduardo Degrazia e Carlos Drummond de Andrade.
Foram 14 saraus feitos só por mim, sem contar participações em mais 4 saraus no CCCEV, coletivamente, e como convidada em mais 4 ou 5 saraus.
Ou seja, o saldo é de um total de 22 ou 23 saraus realizados em 2011.
Em março de 2012, deverá acontecer a 35ª edição do SARAU LITERÁRIO ZONA SUL e "la nave va"...
sábado, 31 de dezembro de 2011
quinta-feira, 29 de dezembro de 2011
Poema de Élvio Vargas
Poeta alegretense Élvio Vargas |
O que perdemos
já não era mais nosso.
O que ganhamos
é parte da loteria
onde somos proprietários
de todos os números.
E aquilo que ainda virá
são as imagens gravadas
no filme onde as revelações
são exclusivas para nosso roteiro
e nunca mais serão exibidas.
Pertencem ao inédito espólio
de nossas próprias cenas...
terça-feira, 27 de dezembro de 2011
Carlos Drummond de Andrade, no livro "O amor natural".
Em teu crespo jardim, anêmonas castanhas
detêm a mão ansiosa: Devagar.
Cada pétala ou sépala seja lentamente
acariciada, céu; e a vista pouse,
beijo abstrato, antes do beijo ritual,
na flora pubescente, amor; e tudo é sagrado.
detêm a mão ansiosa: Devagar.
Cada pétala ou sépala seja lentamente
acariciada, céu; e a vista pouse,
beijo abstrato, antes do beijo ritual,
na flora pubescente, amor; e tudo é sagrado.
quinta-feira, 22 de dezembro de 2011
Em tempos de Natal, Vinicius de Moraes.
Poema de Natal
Para isso fomos feitos:
Para lembrar e ser lembrados
Para chorar e fazer chorar
Para enterrar os nossos mortos -
Por isso temos braços longos para os adeuses
Mãos para cavar a terra.
Assim será a nossa vida:
Uma tarde sempre a esquecer
Uma estrela a se apagar na treva
Um caminho entre dois túmulos -
Por isso precisamos velar
Falar baixo, pisar leve, ver
A noite dormir em silêncio.
Não há muito que dizer:
Uma canção sobre um berço
Um verso, talvez, de amor
Uma prece por quem se vai -
Mas que essa hora não esqueça
E por ela os nossos corações
Se deixem, graves e simples.
Pois para isso fomos feitos:
Para a esperança no milagre
Para a participação da poesia
Para ver a face da morte -
De repente nunca mais esperaremos...
Hoje a noite é jovem; da morte, apenas
Nascemos, imensamente.
domingo, 18 de dezembro de 2011
Lau Siqueira, na coleção "Instante Estante", Castelinho Edições.
sexta-feira, 16 de dezembro de 2011
quinta-feira, 15 de dezembro de 2011
Romar Beling
"Noites em Chamas" é o livro de estreia de Romar Beling na poesia. O livro foi lançado este ano, pela Editora Gazeta, de Santa Cruz do Sul. Romar nasceu no interior de Agudo, na localidade de Linha dos Pomeranos, e vive em Santa Cruz.
De sua autoria,
via-láctea
espalhas tuas cores
sobre a mesa
e a noite
em festa
explode
os delírios
na casa do amor
espalhas teus cheiros
sobre a colcha
e a noite
em transe
exulta
em suspiros
na fonte do sol
espalhas teu mel
sobre as flores
e a noite
em pátios
oculta
fagulhas
e fomes de abelha
espalhas teu azul
sobre o azul
e a noite
em nuanças
azula
um segredo
na fímbria da manhã
espalhas teu futuro
sobre o futuro
e o tempo
em gotinhas
goteja
mandalas,
uma chuva de céus
De sua autoria,
via-láctea
espalhas tuas cores
sobre a mesa
e a noite
em festa
explode
os delírios
na casa do amor
espalhas teus cheiros
sobre a colcha
e a noite
em transe
exulta
em suspiros
na fonte do sol
espalhas teu mel
sobre as flores
e a noite
em pátios
oculta
fagulhas
e fomes de abelha
espalhas teu azul
sobre o azul
e a noite
em nuanças
azula
um segredo
na fímbria da manhã
espalhas teu futuro
sobre o futuro
e o tempo
em gotinhas
goteja
mandalas,
uma chuva de céus
terça-feira, 13 de dezembro de 2011
Açorianos de Literatura!
Foi realizada ontem, dia 12, a cerimônia de premiação dos escritores que concorriam ao Açorianos de Literatura 2011. Bela festa do livro, no Teatro Renascença, quando "Diáfana", de literatura infantil, autoria de Celso Sisto, foi escolhido Livro do Ano. O músico Humberto Gessinger, com seu senso de humor e boa música, deu um toque especial à entrega dos troféus. Moacyr Scliar, falecido em fevereiro de 2011, foi homenageado em vídeo projetado no palco. Parabéns aos vencedores do Açorianos de Literatura 2011, bem como a todos os finalistas, incluído aí meu amigo e grande poeta Paulo Roberto do Carmo, que concorreu ao Açorianos de Poesia, com o livro "Os Códigos da Alegria", Território das Artes Editora. (Um poema do livro, abaixo). Um abraço, Do Carmo!
ARTE DE DEVORAR
E a fome dessa natureza
é arte de devorar
tudo o que ama,
ouro
pão
deus
palavra
cão
ou por todos eles ser devorado.
E o tempo dessa natureza
é pouco para as palavras
quando se escreve o nome
das coisas, porque tudo se dissipa
no cortejo dos ventos.
ARTE DE DEVORAR
E a fome dessa natureza
é arte de devorar
tudo o que ama,
ouro
pão
deus
palavra
cão
ou por todos eles ser devorado.
E o tempo dessa natureza
é pouco para as palavras
quando se escreve o nome
das coisas, porque tudo se dissipa
no cortejo dos ventos.
segunda-feira, 12 de dezembro de 2011
"Noturnos e outros poemas", de Idea Vilariño.
POEMAS DE AMOR (1957)
A Juan Carlos Onetti
LA NOCHE
La noche no era el sueño
era su boca
era su hermoso cuerpo despojado
de sus gestos inútiles
era su cara pálida mirándome en la sombra.
La noche era su boca
su fuerza y su pasión
era sus ojos serios
esas piedras de sombra
cayéndose em mis ojos
y era su amor en mí
invadiendo tan lenta
tan misteriosamente.
domingo, 11 de dezembro de 2011
Feira do autor!
Estarei autografando amanhã, dia 12, no Mercado Público, no evento Feira do Autor, criado pelo poeta Gilberto Wallace. O evento faz parte do projeto Natal Verde, da Prefeitura Municipal de Porto Alegre. Vou autografar os livros "Arca de Impurezas" e "Arca Profana", lançados em 2008 e 2010, respectivamente, pela Território das Artes Editora. São livros de vários autores, e participo deles como contista. Vou ler poesia também, no sarau poético-musical que vai acontecer por lá. Das 11 às 18hs.
sexta-feira, 9 de dezembro de 2011
Show de Raul Ellwanger, terça, dia 13!
|
quinta-feira, 8 de dezembro de 2011
Fotos do sarau QUARTA A QUATRO!
Hoje tem mais sarau!
O poeta Gilberto Wallace estará comandando seu último sarau de 2011, hoje, às 20hs, no Hotel Everest. Vou participar, com muito prazer, lendo poemas de "Ariel", de Sylvia Plath, no original. Rodrigo Garcia Lopes e eu traduzimos o livro, que foi publicado em 2007, pela Verus Editora.
segunda-feira, 5 de dezembro de 2011
sábado, 3 de dezembro de 2011
Hilda Hilst, no livro "Do Desejo".
Porque há desejo em mim, é tudo cintilância.
Antes, o cotidiano era um pensar alturas
Buscando Aquele Outro decantado
Surdo à minha humana ladradura.
Visgo e suor, pois nunca se faziam.
Hoje, de carne e osso, laborioso, lascivo
Tomas-me o corpo. E que descanso me dás
Depois das lidas. Sonhei penhascos
Quando havia o jardim aqui ao lado.
Pensei subidas onde não havia rastros.
Extasiada, fodo contigo
Ao invés de ganir diante do Nada.
Antes, o cotidiano era um pensar alturas
Buscando Aquele Outro decantado
Surdo à minha humana ladradura.
Visgo e suor, pois nunca se faziam.
Hoje, de carne e osso, laborioso, lascivo
Tomas-me o corpo. E que descanso me dás
Depois das lidas. Sonhei penhascos
Quando havia o jardim aqui ao lado.
Pensei subidas onde não havia rastros.
Extasiada, fodo contigo
Ao invés de ganir diante do Nada.
Assinar:
Postagens (Atom)
Arquivo do blog
-
▼
2011
(223)
-
▼
dezembro
(15)
- Retrospectiva de saraus.
- Poema de Élvio Vargas
- Carlos Drummond de Andrade, no livro "O amor natur...
- Em tempos de Natal, Vinicius de Moraes.
- Lau Siqueira, na coleção "Instante Estante", Caste...
- HOJE!!!
- Romar Beling
- Açorianos de Literatura!
- "Noturnos e outros poemas", de Idea Vilariño.
- Feira do autor!
- Show de Raul Ellwanger, terça, dia 13!
- Fotos do sarau QUARTA A QUATRO!
- Hoje tem mais sarau!
- Sarau coletivo especial de fim de ano!
- Hilda Hilst, no livro "Do Desejo".
-
▼
dezembro
(15)