terça-feira, 29 de maio de 2012

Marina Tsvetáieva

Da poeta russa Marina Tsvetáeiva, poema do livro "Indícios Flutuantes"

Para meus versos, escritos num repente,
Quando eu nem sabia que era poeta,
Jorrando como pingos de nascente,
Como cintilas de um foguete,

Irrompendo como pequenos diabos,
No santuário, onde há sono e incenso,
Para meus versos de mocidade e morte,
- Versos que ler ninguém pensa! -

Jogados em sebos poeirentos
(Onde ninguém os pega ou pegará)
Para meus versos, como os vinhos raros,
Chegará seu tempo.

Maio de 1913
Koktebel


              Tradução de Aurora F. Bernardini

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